[Baseado na história "O Pó de Pirlimpimpim" contida no livro "Reinações de Narizinho". Adaptação do escritor sergipano Robson Mistersilva. Este episódio tem(terá) 10 capítulos]
Capítulo 3
O Coronel e o Burro
Dona Benta não entendeu aquele "erro" de impressão naquele livro de fábulas. Mas as crianças não achavam que era um simples "erro" de impressão. Ficaram folheando o livro afim de encontrar alguma pista.
Tia Nastácia apareceu e disse que tinham visita: era o Coronel Teodorico.
Dona Benta interrompeu a contação de histórias e mandou a cambadinha para a cama.Mas os meninos não foram para a cama, se reuniram no quarto de Pedrinho.
Enquanto isso, o coronel tomava um chá com sua comadre. Por fim entrou no assunto que o levara até o Sítio naquela noite. Estava querendo vender um burro velho* que tinha. E queria saber se a comadre não estava interessada no animal. Ela não precisava de mais um animal em seu sítio, principalmente um burro velho. Contudo, achou por bem não dizer isso ao coronel e disse que depois daria uma resposta.
Enquanto isso, no quarto, dois motivos prendiam os meninos: um, não queriam dormir, afinal o pesadelo com a Cuca na noite passada havia deixado Pedrinho e Narizinho apavorados; dois, era preciso investigar bem aquele fato do livro de fábulas.
Não conseguiram descobri nada. Então, resolveram pedir a ajuda do Peninha. Afinal, ele entende se fábulas e vai saber o que está acontecendo. O menino foi chamado, mas não "apareceu". Estranho! Ele sempre "aparece" quando chamado! Agora a coisa estava mais estranha ainda. Que será do Peninha? Decidiram que a manhã seguinte, usariam o mapa dado pelo menino para viajar até o Pais das Fábulas. E, assim, descobrir o que estava acontecendo.
Quando o galo cantou na manhã seguinte, os meninos já estavam em baixo de uma mangueira. Pedrinho trazia o mapa. Visconde, o pó de pirlimpimpim. Na verdade, uma versão mais turbinada do pó elaborada por ele em seu laboratório, o super pó.
Jogaram o pó para cima e...vupt! em segundos, desapareceram no ar.
Mais tarde, quando Dona Benta perguntou a Tia Nastácia pelos meninos, ela disse que ainda estavam dormindo.
Continua...
[Obs: * Nos livros de Lobato, há duas versões para a origem do burro falante: uma, ele veio do País das Fábulas (livro "Reinações de Narizinho"); outra, o burro havia nascido na fazenda do coronel Teodorico e este havia sido seu primeiro dono (livro "A Chave do Tamanho"). Este episódio tem a difícil missão de unir as duas versões.]
Capítulo 2
A Reinauguração da Biblioteca
Emília ficou morrendo de ciumes porque o Visconde foi escolhido para ser orador na reinauguração da biblioteca e ficou desdenhando a escolha. Já Pedrinho e Narizinho estavam muito contentes pelo amigo sabugo. Era a pessoa mais capacitada em todo o Arraial dos Tucanos e vizinhança para fazer tal papel.
O Major se despediu e saiu para a porteira.
O Visconde se trancou na biblioteca para para poder preparar o seu discurso.
Enquanto isso, longe dali...na Mata dos Taquaruçus, um lugar que fica depois do Capoeirão dos Tucanos Vermelhos, uma bruxa estava em sua gruta, olhando por sua espécie de bola de cristal as coisas que aconteciam no Sítio do Picapau Amarelo.
Tia Nastácia pegou as roupas para ir lavar no Ribeirão dos Caraminguás. Narizinho pediu para ir junto. Pedrinho queria ir também. Os meninos queriam ir, na verdade, para poder nadar nas águas do rio. Há muito tempo não faziam isso. Emília foi também, mas ficou observado a Tia Nastácia. A bonequinha tinha pavor a água. De repente, ela caiu na água. Pedrinho mergulhou e pegou a bonequinha, que estava toda encharcada. Tia Nastácia, então, pendurou-a no galho de uma árvore para secar.
Naquela noite, a Cuca tentou aprontar. Primeiro entrou nos sonhos de Pedrinho, que teve um pesadelo com a jacaroa. Depois, foi a vez dela infernizar os sonhos da menina do nariz arrebitado. E na sua gruta, ela ria sem parar da maldade que estava fazendo.
Na manhã seguinte, todos foram para a inauguração da biblioteca. A festa foi grandiosa. A nova biblioteca era muito espaçosa. Visconde proferiu o seu discurso e foi aplaudido de pé por todos. Depois, o Major tomou a palavra e discursou. Eulália era a nova bibliotecária. Ela deu ao Visconde um belo livro sobre fábulas. Depois disso, todos se deliciaram com os docinhos que Tia Nastácia preparou para o festejo.
À noite, Dona Benta ia ler uma história. Foi aí que surgiu a ideia de ler o novo livro de fábulas que o Visconde ganhara. Dona Benta abriu o livro e leu o título de uma fábula: "A formiguinha e a neve". Então começou a ler..."Certa manhã, uma lebre saia para o seu trabalho diário, quando...". Dona Benta parou a leitura. Os meninos queriam saber porque ela havia parado. Então, ela disse: mas esta fábula não é assim! Folheou o livro e viu que as figuras estavam todas trocadas, não combinavam com os títulos das fábulas.
Mas o que será que está acontecendo?
Continua...
Capítulo 1
A Visita do Major Apolinário
Uma Rural passeava pelas ruas do Arraial dos Tucanos. O carro de som divulgava a reabertura da Biblioteca Monteiro Lobato, totalmete reformada e ampliada. Na Venda do Elias, o Coronel Teodorico falava com o dono da venda sobre a belíssima campanha do prefeito. Conversavam em como o Major Apolinário, com certeza, se reelegeria devido a este feito. De fato, era um grande político. Depois de toda a população o odiar pela fuga das feras do circo (ver "O Circo Pegou Fogo!"), agora ele era amado por trazer de volta a biblioteca.
O Major Apolinário visitou o Sítio naquela manhã. As crianças brincavam, quando o Major apareceu na varanda com Dona Benta. Ela chamou o Visconde.
Pedrinho, Narizinho e Rabicó continuaram brincando. Emília foi tentar ouvir o que queriam com o nobre sabugo.
Tia Nastácia chamou o Zé Canário. Ele foi até a cozinha ver o que ela queria. Era para pedir que o homem alimetasse o bicho chifrudo. Embora aceitasse a presença dele no sítio, ainda não se sentia à vontade com aquela situação.
Mas o Zé Canário era mais medroso que a cozinheira. aceitou a ordem, mas foi conversar com o Tio Barnabé. Um homem que já havia enfrentado Saci não teria medo de um bicho chifrudo.
Tio Barnabé riu muito ao ver o medo do Zé, mas aceitou dar a comida do animal. Quando foi alimentá-lo, contou para ele que algumas pessoas no Sítio ainda o temiam. Isso deixou o Quindim bem triste. Ele havia aceitado que ficaria ali no curral da Mocha para não assustar ninguém.
Tia Nastácia acabou pegando Emília escutando atrás da porta. Ela deu língua para a cozinheira e saiu para obrigar o sabugo a contar o que queria o Major Apolinário.
Visconde não fez mistério, mas quis contar a todos de uma única vez. Chamou os outros e contou a novidade: o Major havia escolhido ele para ser o orador da reinauguração da biblioteca do Arraial.
Continua...
[Baseado na história "Os Negócios da Emília" contida no livro "Caçadas de Pedrinho". Adaptação do escritor sergipano Robson Mistersilva. Este episódio tem(terá) 13 capítulos]
Capítulo 13(Último)
Um novo morador para o Sítio
Tia Nastácia estava decidida a ir embora do Sítio. Dona Benta tentou convencê-la a não fazer isso, primeiro dizendo que o rinoceronte não era perigoso; depois,percebendo que a cozinheira não se convencera, disse que mandaria o bicho embora para ela poder ficar.
Ouvindo isso, as lagrimas pararam de sair dos olhos de Tia Nastácia, que ficou da greta da janela olhado a conversa entre Dona Benta, Quindim e Emília.
O animal estava muito triste com a decisão de Dona Benta, mas compreendeu e resolveu ir embora. Mas Emília não desistiu facilmente.
Quando todos pensavam que a fera havia ido embora, a boneca havia convencido-a a ficar escondida, morando no curral da Mocha.
O Major Apolinário aparece no Sítio. Disse a Dona Benta que o dono do circo de onde o rinoceronte havia sido roubado não o queria mais e que devido ao caos que a fera havia causado, seria sacrificado assim que encontrado.
Mais tarde, quando Zé Canário foi dar comida para a Vaca, quase caiu para trás ao ver aquele bicho chifrudo.
O fuzuê foi geral. Todos vieram ver aquilo. E viram que o rinoceronte não havia ido embora. O Major aproveitou e disse que traria alguns homens para levar a fera, que em seguida seria sacrificada.
Tia Nastácia, embora tivesse medo da fera, teve pena do bichão e pediu que não o matasse. Mas o prefeito estava decidido. Foi então, que para resolver a questão, Dona Benta resolveu comprar o animal.
Quindim adorou a notícia. Nastácia e Zé Canário mais ou menos. Mas o Quindim era o novo morador do Sítio. Ainda demoraria muito para Nastácia se acostumar, mas isso já é outra história.
O dinheiro da compra foi para os cofres da prefeitura. A reforma da biblioteca Monteiro Lobato logo foi concluída e a inauguração foi remarcada. Mas esse é o começo de uma nova história que você vai poder acompanhar aqui no Recriar Sítio do Canal do Sítio.
Capítulo 12(Penúltimo)
Nastácia vai embora?
Quando Emília apareceu na porteira do Sítio montada no rinoceronte, as crianças ficaram de boca aberta. Dona Benta ficou pasma e Tia Nastácia teve um piripaque!O berro foi tão forte que Tio Barnabé e Zé Canário vieram acodir. Quando Barnabé viu o paquiderme, o cachimbo caiu da boca. Zé Canário acompanhou Tia Nastácia no piripaque. O medo foi tanto que Dona Benta teve de buscar água com açúcar para os dois empregados do Sítio.
Como Dona Benta não teve nem tempo de repreender a boneca, ela ficou achando graça daquilo. Pedrinho e Narizinho entraram na brincadeira e foram brincar com o bicho que pesava quilos e quilos. A turminha achou o animal muito doce. Tanto que Emília deu-lhe um nome: Quindim.
Dali a alguns minutos, Dona Benta lembrou que havia deixado as crianças com aquele animal horrendo lá fora. Foi até o terreiro, e qual não foi a sua surpresa ao ver que brincavam com ele.
A boa avó não entendeu ada. Aproximou e viu que o bicho falava. Parecia que não conhecia muita coisa do mundo, mas aparentava ser uma boa "pessoa".
O paquiderme estava triste por ter assustado os empregados do Sítio. Foi quando Emília aproveitou e pediu para o Quindim ficar morando no Sítio.
Dona Benta não soube o que falar, afinal o animal havia causado uma confusão muito grande. Além do mais, os verdadeiros donos havia de querer reaver sua posse.
Quando Quindim ouviu isso, suplicou para não voltar para o circo, onde ele e os outros animais eram maltratados.
Dona Benta prometeu pensar. Depois, entrou para ver se Nastácia havia se acalmado. Mais uma surpresa para a boa velhinha: Tia Nastácia estava de malas prontas para ir embora do Sítio! Ela disse que aturava Saci, mula sem cabeça, e outras tantas maluquices, mas não iria ficar em um lugar com aquele bicho daquele tamanho.
Continua...
[Atenção: Falta apenas um capítulo dessa maravilhosa história. Será que Quindim vai ficar morando no Sítio? E como fazer para convencer Nastácia a ficar? E o dono do Quindim irá aparecer? Nesta segunda, o último capítulo do episódio "O Circo Pegou Fogo!"]
Capítulo 11
"Os Negócios da Emília"
O alemão e o palhaço Peteleco foram presos e levados para a delegacia. Com isso, o dinheiro foi recuperado. O prefeito conseguiu, dessa forma, dinheiro para a reforma da biblioteca. O restante do dinheiro foi devolvido aos artistas do circo. Agora, eles se organizaram e resolveram fazer sociedade para a montagem de um novo circo. O Major ainda descobriu mais um detalhe: os animais que fugiram foram roubados de um outro circo.
Na manhã seguinte, Emília acordou com vontade de negociar o "seu" rinoceronte. A princípio ofereceu a Dona Benta que não lhe deu ouvidos. Mais tarde tentou negociar com Pedrinho, mas como a marquesa não tinha o objeto que estava tentando negociar, o menino desistiu da negociação.
Emília foi para o terreiro do Sítio. Chamou o Rabicó e enganou-o para que ele a levasse até o Capoeirão. A bonequinha queria encontrar as feras. Na verdade, ela só queria o rinoceronte, mas se encontrasse o leão também seria de bom tamanho para seus negócios.
Quando Rabicó encontrou uma das feras, correu desesperadamente e deixou a Emília frente a frete com uma fera chifruda.
O medo da bonequinha era visível. Mas o rinoceronte chegou perto dela, sentou e não fez nada. Ela, então, puxou conversa com o bicho.
Ele dizia que procurava o caminho certo que o levasse para a África. Disse que conseguiu escapar da jaula que o levava de um circo, onde era maltratado, para outro pior ainda.
Quando Emília perguntou pelo leão, o rinocerote disse que ele foi atacado por uma cobra, assim que entraram no Capoeirão, e acabou morrendo. Ele, com medo, acabou procurado a estrada. Agora, procurava o caminho para a África.
A bonequinha, então, convida o paquiderme para morar no Sítio do Picapau Amarelo. Ele queria mesmo era ir embora para a África, mas pensou um instante e, por fim, resolveu aceitar o convite.
Enquanto isso, no Sítio, a turma do circo partia. Longe dali iriam montar o novo circo e quem sabe um dia voltassem ao Arraial dos Tucanos.
Depois que os artistas partiram, todos ficaram com saudades. Mas uma imagem que vinha da estrada que dava acesso ao portão do Sítio deixou a todos de boca aberta: era a Emília que estava chegando montada em cima de um rinoceronte!!
Continua...
Capítulo 10
Flitz Müller é preso!
Era preciso impedir a fuga do alemão larápio. Mais do que isso, era preciso avisar ao prefeito que ele foi enganado. Pedrinho resolveu contar para Dona Beta tudo. Talvez assim ela os deixasse ir ao Arraial. Mas o Visconde achou melhor não fazer. Embora Peninha pudesse confirmar a sua versão da história, isso não faria as feras ainda estariam no capoeirão e sendo assim Dona Beta jamais os deixaria sair do Sítio.
Pensaram, e por fim, resolveram usar o Pó de Pirlimpimpim.
Usado o pó, Pedrinho, Emília e Peninha foram até a prefeitura. Encontraram o prefeito debaixo de sua escrivaninha para se proteger do ataque da fera. Quando Pedrinho e Peninha contaram sobre o plano de fuga do alemão, o prefeito ficou irritadíssimo. E foi logo pensado em uma maneira de pega-lo em flagrante bem na hora em que fosse fugir. O Major agradeceu aos meninos pela notícia. Ficou preocupado, porém, como eles voltariam em segurança para o Sítio. O prefeito não conhecia as maravilhas do pó de pirlimpimpim. E ficou de boca aberta, quando os meninos o usaram para voltar para o sítio.
Depois da saída das crianças, o Major foi até a delegacia e ordenou que o delegado predesse o dono do circo bem na hora em que fosse fugir. Mais ainda, ordenou que duas equipes fossem montadas: uma para preder o alemão, outra para caçar as feras africanas.
Quando Pedrinho voltou para o Sítio, Dona Beta já havia dado por falta dele. O sermão já estava pronto e assim eles tiveram que contar toda a verdade. A velha ficou horrorizada por estar hospedado dois larápios em seu sítio. Mas Pedrinho disse que logo ficaria tudo resolvido, pois o prefeito estava agindo.
No rádio, o prefeito deu uma entrevista onde contou metade do seu plano: a caça às feras africanas.
Flitz Müller ficou alegre ao ouvir, lá no Sítio, a caça às feras. Isso daria tempo para sua fuga.
Quem não gostou nada disso foi a Emília, pois seria uma crueldade caçar aquelas feras. Na verdade, Emília sonhava com as feras. Queria levá-las para morar no Sítio. Ser sua dona.
Na madrugada seguinte, quando Peteleco e Flitz Müller se preparavam para fugir, foram surpreendidos na estrada perto do Sítio. E levados presos para a delegacia.
Continua...
Capítulo 9
Vamos desmascarar o alemão?
No Arraial dos Tucanos não havia um alma viva. Pelo menos não nas ruas. Assim que saiu no rádio a notícia da fuga das feras africanas e que isso ocorrera perto do Arraial, todo mundo trancou as portas das casas para se proteger. Seu Elias trancou a venda, colocando a placa "fechado para balanço", os demais comerciantes como que combinado fecharam seus estabelecimentos.
O alemão estava arrasado. Mais que ele, estava o Prefeito Major Apolinário. Além de ter desviado verba pública para a reabertura do circo, ainda corre o risco de perder as próximas eleições acusado de trazer o caos para Tucanos. Por telefone, ele ameaça prender o alemão caso ele não resolva a situação.
No Sítio, Flitz Muller estava muito nervoso. Iria resolver o caso com o prefeito, mas preferiu criar um plano bem mais interessante para ele: fugir!Trancado na biblioteca, ele planejou a fuga na próxima madrugada com o seu comparsa: o palhaço Peteleco.
Mas, o que ele não sabia era que Peninha estava ali e ouviu tudo. O menino invisível tratou logo de contar para a turminha o que estava acontecendo.
Pedrinho resolveu contar toda a farsa do alemão para os artistas do circo. Chamou o mágico Kazan e toda a trupe e contou o mistério do alemão larápio. Os artistas não queriam acreditar, mas quando Peninha "apareceu" e somente sua voz era escutada. Mais ainda, quando ele puxou a orelha do mágico, tudo ficou claro como água.
Os artistas ficaram furiosíssimos. Era preciso fazer alguma coisa contra aquele bandido. Mas o que?
Pensaram, pensaram...até que a bonequinha deu a ideia: contar o prefeito que ele foi enganado! Com certeza o Major iria dar uma boa lição nesse alemão. Mas o problema era como ir ao Arraial sem que Dona Benta soubesse. Ela não queria saber de reinação com essas feras soltas por ai.
Enquanto isso...no Capoeirão, os bichos fugiram de dois animais. Havia aparecido por ali um leão e um rinoceronte africano!
Continua...
Capítulo 8
Alegra de Pobre Dura Pouco
No dia seguinte, o Sr. Flitz foi logo cedo contar a novidade ao Prefeito Major Apolinário. O homem adorou a ideia. Duas feras africanas iriam atrair muita gente das cidades vizinhas para o Circo. Resolveu então adiantar o dinheiro para que o circo fosse reerguido. As feras chegariam em dois dias e até lá seria preciso deixar tudo nos conformes.
Enquanto isso, a ideia de trabalhar no circo já havia saído da cabeça das crianças. Agora elas brincavam normalmente. Rapidamente os artistas do circo iam sendo tratados como se fossem da família. Menos o Peteleco e o Sr. Flitz. Esse bem mais convincente que o outro. O palhaço era que não tinha nenhum amigo. Todo mundo achava ele meio medonho e só o aturava para não fazer desfeita. Já o alemão, embora não tivesse caráter nenhum, sabia seduzir pelas palavras bonitas!
Mas havia uma pessoa que ele não tinha enganado: Peninha. Como era invisível, Peninha ouvia muita coisa. No outro dia, ele ouviu quando o alemão tramava mais uma maneira de ficar com todo o dinheiro do circo. Esse fato ele contou ao Pedrinho, que abriu a boca admirado. Que patife! Pedrinho chamou o Rabicó, que chamou a Emília, que chamou Narizinho, que chamou o Visconde. E chama que chama, já estavam todos reunidos sob o pé de jabuticabas para falar sobre um malandro (ou melhor, dois malandros) que estava habitando as terras do Picapau Amarelo. Mas o que fazer? Contar para Dona Benta? Visconde achou melhor não contar. Ela não acreditaria e isso despertaria as suspeitas deles. Era preciso agir com cuidado.
Logo, os dois dias se passaram. A turminha dando uma de detetive e investigando o palhaço e o alemão; a Rural nas ruas do Arraial anunciando a reabertura do circo: "Não Percam...a reabertura do Circo...com duas novas atrações: duas feras perigosíssimas vindas da África. Um leão e um rinoceronte. Venham ver de perto e com segurança essas grandes atrações!"
A notícia assustava ao mesmo tempo que emocionava. Todos queriam ver as feras africanas.
Mas algo veio acabar com a alegria do Sr. Flitz: já chegando perto do Arrail dos Tucanos, o transporte que trazia a fera trombou com um animal que atravessava a estrada. A jaula que trazia os animais se arrebentou e as feras fugiram!!
Rapidamente, o rádio noticiou o ocorrido. E a mesma multidão que estava louca para ver as feras agora se trancava dentro de suas casas e não queriam sair para mais nada. Era o caos. O pânico havia tomado conta do Arraial dos Tucanos.
Continua...
Capítulo 7
A Salvação do Circo!
Ao ver o Palhaço Cata Piolho fugir da Carochinha, Peteleco ficou muito alegre. Tanto que acabou levando um pizão de pé da Emília. Mas logo, a bonequinha também correu para não levar um bom "liscabão" do Pedrinho.
Para sua sorte, Peninha gritou e pelo som da voz Pedrinho o localizou e o soltou.
Flitz ficou furioso por perder uma atração tão importante para o seu circo, mas ficou aliviado de não ter virado uma lagartixa.
Longe dali...já perto do Ribeirão, Dona Carochinha deixa o Pequeno Polegar sem saída. Mas havia um problema, como fazer ele voltar ao seu tamanho original. Não foi nem preciso pensar muito, logo o Polegar começou a se contorcer como se estivesse com dor de barriga e zás! voltou ao seu tamanho normal. Ele logo pensou: "Bem que o Doutor Caramujo disse que o efeito passaria logo!". Assim, mais uma vez a velha havia conseguido capturar o pestinha para seu livro (ver "A Pílula Falante").
As atrações que apareceram depois eram pior que o tudo na vida. Quando o fim da tarde chegou, Flitz estava exausto e só pode voltar para o Sítio e descansar.
Estava preparando um banho, quando recebeu uma ligação do prefeito perguntando como andavam as coisas. Sem querer dizer a verdade, ele disse já tinha uma boa atração, que iria atrair muita gente para o novo circo.
Enquanto isso, Pedrinho e Emília guerreavam. Mas Dona Benta chegou e acabou com a munição de ambos, repreendendo o menino por querer enganar o Sr. Flitz e a boneca por aprontar o que aprontara.
Depois do banho, Flitz se trancou na biblioteca de Dona Benta. Ligava sabe-se lá Deus para quem. A turminha já estava muito curiosa. Mas logo apareceu o alemão pronto a esclarecer tudo.
E anunciou a salvação do seu circo: acabou de comprar duas feras que irão abrilhantar o novo circo: um leão e um rinoceronte africano!!
Será...?!
Continua...
Capítulo 6
O Palhaço Cata Piolho
O primeiro a fazer sua apresentação foi o homem misterioso. Era o Palhaço Cata Piolho. De fato, ele era muito engraçado, mas completamente desengonçado. Contudo esse fato deixou seu número ainda melhor. Peteleco ficou morrendo de ciúmes.
Depois seria a vez de Pedrinho. Mas, Emília aprontou uma boa com ele: percebendo que o Peninha o estava ajudando, a bonequinha fez o menino tropeçar. Depois, conseguiu fazer um nó com uma corda na perna do moleque invisível. Quando Pedrinho se postou para fazer seu número de levitação foi o maior fiasco. Nada acontecia. Ele ainda tentou procurar o Peninha, mas sem sinal do menino. Quem se divertia muito era a Emília. Rio tanto que Pedrinho logo imaginou que ela estava por traz do "sumiço" do menino invisível.
Peteleco foi até o Elias comprar uma bebida. Quando viu alguns seres estranho à caminho. Será que ia também se inscrever no circo? Seguiu-os e deu de cara com uma velha que mais parecia uma barata. Até antenas de barata tinha. E de fato era uma barata. Era a Dona Carochinha. O Pequeno Polegar sumiu de sua história e ela estava procurando o fujão. Mostrou ao palhaço uma imagem do pequenino para ver se ele havia visto o moleque fujão.
Peteleco achou o desenho familiar, mas nada lhe veio a cabeça. Mas, espere! Lembrou. Era só colocar um nariz de palhaço e estava lá ele. O personagem fujão era o Palhaço Cata Piolho.
Peteleco leva a Carochinha até Flitz. Ao ver Emília lá, a velha logo praguejou que a bonequinha estava por traz da fuga do Polegar. Só agora os meninos descobriram porquê acharam o homem misterioso tão familiar. Era o Pequeno Polegar. Mas estava gigante, como isso teria acontecido?
Flitz defendeu o palhaço Cata Piolho, afinal não queria perder uma atração tão boa. Carochinha não gostou de ser desafiada. E quando ia transformar o alemão em uma lagartixa, viu o pequeno polegar escapulindo mais uma vez. E saiu correndo à procura dele...
Continua...
Capítulo 5
O Plano de Pedrinho
Tio Barnabé entrou na mata para procurar o Rabicó. Encontrou-o chafurdando em uma poça de lama. Perguntou se o marquês não havia visto o Palhaço Peteleco. O porquinho disse-lhe que o havia visto caído em um buraco perto dali. O velho foi até lá e salvou o palhaço. Depois levou os dois para o Sítio.
Na manhã seguinte, Flitz iria até o Arraial, onde montaria um tenda e faria as inscrições dos novos candidatos a artistas de circo. Sabendo disso, Pedrinho pensou em como fazer para entrar para o circo. Ele gostava das mágicas, mas os truques de Kazan eram bem melhores. O que fazer?
Emília desistiu de adestrar o Rabicó. Tudo isso porque Narizinho deu-lhe um "liscabão" e ameaçou dar outros caso ela voltasse a aprontar.
Pedrinho teve uma ideia. Foi até a janela do quarto e gritou "Peninha, apareça!". O menino invisível "apareceu". Pedrinho, então, pediu a ajuda dele para fazer o Incrível Truque de Levitação! Na prática, esse truque não tinha nada de incrível. Peninha iria levantar os objetos e como ninguém pode vê-lo estava feita a incrível mágica.
Naquela mesma noite, Flitz Muller se trancou no quarto com Peteleco. Estavam tentando conseguir um plano para enganar mais uma vez os artistas do circo. Só não sabiam como. Enquanto isso, Pedrinho e Peninha treinavam o incrível truque. Depois, o menino chamou Emília e Narizinho para assistir a uma demonstração. A menina ficou de boca aberta, mas Emília ficou desconfiada.
Quando a manhã do dia seguinte chegou, Zé Canário levou Flitz e Peteleco até o Arraial. Ajudou na montagem da tenda. Estava iniciada as inscrições para os novos artistas do circo.
Ficaram lá a manhã toda e não apareceu ninguém. Apenas alguns matutos xeretando.
Mas logo a coisa mudou de figura. Havia ali alguns candidatos, entre eles Pedrinho.
Apareceu também um ser estranho querendo vaga de palhaço. Peteleco não gostou nada desse candidato. Esse ser ficou ali na fila. Quando as crianças chegaram e olharam para ele tiveram a sensação de que o conhecia de algum lugar.
Enquanto isso, Pedrinho e Peninha cochichavam o plano deles. Mas Emília estava atenta e já havia percebido tudo! Que será que ela vai aprontar? Será que Dona Benta vai deixar Pedrinho entrar para o circo? E quem é esse ser estranho querendo vaga de palhaço?
Continua...
Capítulo 4
O Plano de Flitz Müller
Na prefeitura, Flitz Muller tentava usar sua lábia para convencer o Prefeito a investir na reabertura do circo. O Major Apolinário relutou, afinal se não tinha verba para reconstruir a biblioteca, como teria para reabrir o circo? Mas por fim, foi seduzido pelas palavras do discurso do alemão. Se Flitz prometesse grandes atrações, que pudessem atrair até os moradores das cidades vizinhas, isso geraria mais renda e dessa forma tudo estaria certo. Mas o alemão teve de prometer atrações melhores do que as que tinha.
Flitz e Zé Canário voltam ao Sítio. Lá, Pedrinho já havia aprendido alguns truques de mágicas com o baralho. Narizinho já conseguia fazer malabares com duas bolinhas.
O Alemão reuniu seus artistas e deu a notícia da reabertura do Circo. Mas alertou que era preciso ter novas atrações. Quando disse isso foi uma tristeza geral. Todos acreditavam que seriam expulsos. Mas Flitz os reanimaram. Disse que as novas atrações seriam apenas para melhorar o circo e que ninguém seria demitido.
O Palhaço Peteleco não gostou da notícia. Queria ir embora e sair dessa vida de circo. E zangado, saiu para refletir se aproximando do Capoeirão dos Tucanos.
Emília queria trabalhar no novo circo como a Grande Adestradora de Porcos, e para isso pegou uma vara e foi atrás do Rabicó. Que jeito de tratar o seu marido! O porquinho se embrenhou na mata, correndo das armações da marquesa.
Mais tarde, Pedrinho, Kazan e Zé Canário foram até o Arraial colar um cartaz que anunciava a reabertura do circo e a procura de novos talentos.
Na Mata, o Saci vê Peteleco e não entende o que era aquilo todo pintado. Mesmo assim quis assusta-lo. Apareceu repentinamente na sua frente. O palhaço deu um berro e saiu correndo desesperadamente.
Enquanto isso, no Sítio, Flitz deu por falta do palhaço e Nastácia pela falta do Rabicó.
Emília conta que o porquinho saiu pelo Capoeirão. Dona Benta chama Tio Barnabé para procurá-lo. O pobre homem entra na mata para trazer o porquinho de volta.
Continua...
Capítulo 3
O Fim do Circo?
O fogo aumentava rapidamente. Dona Benta ficou apavorada e de imediato guiou a todos para fora do Circo. O prefeito fazia o mesmo com o povo do Arraial.
De fora, todos puderam ver o circo se consumindo em chamas.
Não havia o que fazer. O fogo apagou, mas o circo estava todo roído. Dona Benta pediu que Zé Canário e Tio Barnabé conduzissem as charretes para o Sítio.
Os artistas do Circo não tinham onde ficar. O prefeito resolveu dar uma escola para eles passarem a noite.
No dia seguinte, Flitz Muller foi até a prefeitura e disse para o prefeito que o dinheiro do espetáculo havia sido queimado. Voltando para a escola, o alemão disse aos artistas que tudo estava acabado. Disse que não havia sobrado nada. E agora? Sem ter para onde ir, os artistas ficaram tristes sem saber o que fariam da vida.
No Sítio, a turminha também estava arrasada. Mas Emília achou bem estranho a cara daquele palhaço.
Dona Benta resolveu convidar os artistas do circo para um chá. Afinal, na escola eles deveriam estar mal acomodados. Eles aceitaram o convite.
No Sítio, os bolinhos de Tia Nastácia alegraram aquelas almas. Dona Benta ofereceu o sítio como hospedagem temporária para os desabrigados. Eles aceitaram.
Logo, todos já estavam no Sítio com o que tinha sobrado. O palhaço Peteleco e o dono do circo ficaram com o quarto ao lado do de Pedrinho. Já, os outros artistas ficaram com o quarto de hóspede.
Pedrinho queria aprender os truques do mágico e passou horas conversando com Kazan. Já Narizinho queria mesmo era aprender malabares. Mas como não havia como praticar aquilo ali, conversou sobre o assunto e fez de conta que o balanço da goiabeira era um trapézio.
No quarto, Flitz e o palhaço conversavam. O homem do nariz vermelho queria ir embora daquele fim de mundo e viver em outro lugar com o dinheiro juntado até o momento. Mas o alemão não queria abandonar a vida de circo. Pelo contrário, queria arrecadar fundos para reabrir o circo. Da biblioteca de Dona Benta fez uns telefonemas. Depois foi até o Arraial, de charrete, com o Zé Canário, e falou com o Prefeito. Queria convencê-lo a investir na reabertura do circo.
Continua...
Capítulo 2
O Circo Pegou Fogo, O palhaço Deu Sinal...
Tio Barnabé e Zé Canário conversavam sobre as maravilhas do circo. Terminaram de pentearem os cabelos e montaram na charrete para buscar a turminha do Sítio. Por incrível que pareça, o Rabicó estava limpo e pronto para ir assistir a estreia do circo alemão.
Enquanto isso, na tenda do dono do circo...o peverso Flitz Muller já pensava em uma maneira de enganar mais uma vez os artistas do circo e ficar com todo o dinheiro. Para isso chamou o Palhaço Peteleco e explicou o seu plano nefasto. O palhaço, que sempre ajudava o dono do circo nas armações, prestou bem atenção para nada correr errado.
O Prefeito Major Apolinário recebia a população do Arraial e já fazia campanha de reeleição. Saudou Dona Benta e todos que chegavam para assistir ao espetáculo.
Flitz Muller se apresentou, todo de preto, no centro do picadeiro. Era hora de começar o espetáculo. "Respeitável público...." Assim, ele se preparou para narras as palhaçadas do Palhaço Peteleco. Muitos risos. O palhaço era mesmo muito bom. Quem não estava gostando da cara do palhaço era a Emília. Mas o show não podia parar.
Depois de Peteleco, fora apresesentado o show de mágica de Kazan, o mágico das arábias. Pedrinho se deliciava ao ver os truques de mágica e tentava adivinhar como fazê-los.
Terminada as mágicas, houve ainda a exibição dos marabalistas. Depois foi o intervalo. Enquanto todos no circo iam comprar gulouseimas, a turma do Sítio se deliciava com os bolinhos que Nastácia levara.
Na tenda, o grande Flitz Muller combinava mais uma vez seu plano com o palhaço Peteleco.
Era hora de começar o segundo turno do espetáculo, que recomeçou com as palhaçadas de Peteleco. Os primeiros minutos foi tranquilo, mas em seguida o palhaço apontou para o alto. Aquele sinal era estranho. Todos olharam e se assustaram ao ver as chamas no alto da lona.
continua...
Capítulo 1
O Circo de Flitz Müller
A magia da comunicação. Se hoje, campanhas gigantescas, com recursos inimagináveis podem ser usadas para divulgar qualquer coisa, saibam que sempre foi assim. Com menos ou muita tecnologia, a humanidade sempre se comunicou.
No Arraial dos Tucanos, o Prefeito - Major Apolinário* - estava empenhado em arrecadar fundos para a reconstrução da biblioteca municipal. O projeto envolveu a contratação de um Circo para fazer apresentações. Nada gastou com o contrato, pois acertou com o dono, um alemão quase falido de Nome Flitz Mullher*, que o dinheiro arrecadado seria dividido em partes iguais para a prefeitura e para o Circo. E assim, o circo chegou na cidade. A lona foi armada. Nas ruas, uma rural fazia a divulgação do espetáculo. E cartazes eram pregados nas paredes da venda, da farmácia, e todos os lugares.
No Sítio, a turminha já sabia da estreia do espetáculo circense. Narizinho queria levar o Rabicó, por isso passou a manhã toda lavando o Rabicó e enfeitando o marquês para o evento. Quem se divertia com isso era a Emília, pois não levava cinco minutos para o porcalhão estar sujo e Narizinho a correr para dar banho nele novamente.
Pedrinho queria ir com o Visconde. O sabugo estava ficando maluco de tanto ficar naquele laboratório lendo as cartas que lhe enviara o Dr. Felisberto e inventando sabe-se lá o que. Por fim, o Visconde aceitou ir para o espetáculo inaugural.
Tia Nastácia gostava de circo, mas não gostava da comida do circo, por isso estava preparando uns bolinhos para levar e comerem no intervalo do espetáculo.
Zé Canário também ia assistir ao espetáculo. Ele acaba de tirar leite da Vaca Mocha, quando Tia Nastácia lhe fez o convite.
Mas se no Sítio todos estavam alegres, o mesmo não podia se dizer dos artistas do circo. Nesse momento, estavam na tenda do dono, dizendo que queriam o pagamento atrasado pelas apresentações. O Sr. Muller disse que gastara todo o dinheiro, mas que os artistas reclamavam de barriga cheia, afinal ali eles tinham comida e vida boa. Os artistas estavam com razão, mas a falatória do alemão era tanta, que acabou levando os artistas no papo. acabou dizendo que no final desse espetáculo pagaria aos artistas e ainda daria uma boa quantia a mais.
A noite chegou. Todos estavam chegando para ver o espetáculo. O dono do circo viu que o local estava lotado e já planejava uma maneira de enganar os artistas e ficar com o dinheiro mais uma vez.
Continua...
[Obs: Segundo o livro "A Chave do Tamanho, o Prefeito do Arraial dos Tucanos se chamava Major Apolinário, conforme apresentado nessa história adaptada. Também segundo o livro "Caçadas de Pedrinho", Flitz Muller é o nome do dono do circo de onde fugira o Quindim.]
....................................................................................................................................................................
[Baseado na história "Pena de Papagaio" contida no livro "Reinações de Narizinho". Adaptação do escritor sergipano Robson Mistersilva. Este episódio tem(terá) 12 capítulos]
Capítulo 12(Último)
A Vitória
Emília lembrou do Pirlimpimpim que estava dentro da canastra. Abriu-a e pegou. Com uma pitada, saíram da jaula e foram parar na floresta. Lá o Peninha voltou a dar sinal de vida. Todos ficaram furiosos com ele, mas ele disse que não tinha pensado em nada que pudesse ajudar.
Mas tudo bem, afinal todos já estavam salvos. Agora era preciso chegar ao Sítio antes da Bruxa. Peninha teve uma ideia. Ia fingir que o plano dela estava dando certo e ir até o Sítio sozinho. Mas na verdade todos já estariam lá esperando o memento certo de atacar.
Assim foi feito. Quando a Velha do Arco ia colocar fogo na biblioteca, Peninha chegou e a impediu dizendo que iria dar o mapa para ela. Quando a bruxa se distraiu, Pedrinho atacou-a com o spray. Em seguida, Emília colocou um colar de alho em volta do pescoço da megera. Ela gritou, se esperneou...e por fim, derreteu.
Tudo havia acabado. E a vitória foi comemorada pelas crianças com suco. Tia Nastácia foi que não entendeu nada ao ver um copo flutuar sobre a mesa.
Zé Canário já estava se acostumando com as maluquices daquele sítio.
Peninha disse que ia voltar para o País das Fábulas, mas que se os meninos quisessem visitar o lugar, era só chamar que ele apareceria.
Assim, o menino invisível foi-se. A pena que tinha na cabeça caiu. Emília pegou-a e guardou em sua canastra.
Na manhã seguinte, Narizinho e Tia Nastácia foram até o Arraial. O Elias já tinha reaberto sua venda. A biblioteca já estava sendo reconstruída. E para ajudar, o prefeito convidou um Circo para se instalar na cidade. Dessa forma, seria arrecadado dinheiro para as reformas. (Mas essa já é outra história).
[Fim]
Capítulo 11(Penúltimo)
O Plano da Bruxa do Arco
A Bruxa do Arco apareceu e começou a soltar gargalhadas. Mas ao perceber que o menino invisível não estava ali começou a praguejar. Chamou o Ogro Mau e pediu que ele ficasse de olhos bem abertos nos prisioneiros.
Enquanto isso, a Bruxa puxa um saquinho sugador e dele retira um outro personagem: O "diabo velho" da história de João e Maria. Tinha uma missão para ele: invadir e incendiar mais uma biblioteca. A megera o enviou para Paris. Olhando através de Lago Mágico, ela acompanha a investida do monstro velho. Ao conseguir entrar na biblioteca indicada, o mesmo ocorre-lhe: e era uma vez um diabo velho. Derretera, igualmente a Bruxa das Botas de Ferro.
Na jaula quadriculada, as crianças vibravam com o fim que teve aquele monstro horrível. A Bruxa do Arco mais uma vez veio até eles. Insistiu que ficassem calados.
A Velha decidiu que agiria ela mesma. Só assim encontraria o moleque invisível e poria as mãos no mapa do país das fábulas. Dessa forma, entraria no reino da fantasia e acabaria com tudo!
Enquanto isso as crianças cochichavam. O Zé Canário estava apavorado. E o Peninha havia sumido.
O Ogro Mau que vigiava a jaula era meio idiota. Não seria tão difícil enganá-lo. Mas seria preciso encontrar um bom plano para isso.
A Velha voltou, disse que logo voltaria para acabar com eles. Disse ter descoberto uma biblioteca no mundo que não estava protegida. Iria até lá acabaria com tudo, e com isso atrairia o menino invisível e o venceria.
Emília não entendeu. Eles haviam viajado o mundo todo. Não era possível existir uma biblioteca desprotegida no mundo.
Foi então, que o Visconde lembrou: faltou uma biblioteca! A biblioteca do Sítio. Se preocuparam tanto com as bibliotecas do mundo que esqueceram a que estava mais próxima. Todos do Sítio corriam perigo agora. Era preciso fazer algo...Mas o que?
Continua...
Capítulo 10
A Viagem
A criançada fez uma reunião e decidiu levar o mapa com eles, protegido dentro da canastra da Emília. Quem não estava gostando de ouvir essa palavra foi o Visconde, pois a sua primeira experiência com a canastra da marquesa não foi lá das melhores.
Pegaram o saquinho sugador e todos juntos tocaram-no.
Foram parar em um mundo completamente esquisito, com algumas zonas negras, como se faltasse terra no chão e alguns pontos caíssem num infinito, num buraco negro. Estavam em algo parecido com uma floresta. Havia uma casa muito esquisita. O mais interessante é que quando piscavam as crianças podiam ver que a Casa era Feita de Doces.
Pedrinho entendeu: só podia ser a história original de João e Maria. Pois, quando piscava vinha a mente a versão conhecida da história, a casa feita de doces.
Aproximaram da casa e viram pela janela, duas crianças presas em uma jaula. E cochilando, estava uma "diaba" velha.
Emília decide usar o pó de pirlimpimpim e salvar aquelas crianças. Assim fez. Depois correram. Quando o "diabo" velho chegou pronto para estripar o menino no cavalete de madeira (assim era a história original), a "diaba" velha acordava e não sabia explicar como acontecera algo dessa magnitude.
No caminho, as crianças agradeciam o salvamento. Emília perguntou onde morava a Velha do Arco e João ensinou-lhe. A casa dela era além da mata, depois da primeira montanha.
Mas como tinham o pirlimpimpim, encurtaram caminho e chegaram lá em poucos segundos. Pararam na entrada do Castelo da Bruxa. Peninha contava que o País das Fábula era parecido, mas bem mais alegre. E com uma pitada de Pirlimpimpim na cabeça, fez com que João e Maria fossem parar no Pais das Fábulas. Como Peninha conhecia o lugar, só era preciso imaginá-lo. As crianças ficaram com tanta vontade de visitá-lo, mas tiveram de voltar a realidade e tentar salvar o pobre caipira.
O minuto que se distraíram foi suficiente para que a Velha do Arco os surpreendessem com uma rede na cabeça. Peninha, sentindo o perigo foi o único que se salvou.
A Velha levou os prisioneiros para fazer companhia ao Zé Canário, na jaula quadriculada. Emília estava com medo que ela pegasse sua canastra. Mas parece que a Velha não percebeu o objeto que o Visconde carregava.
Continua...
Capítulo 9
Volta ao Mundo em Poucos Minutos
Peninha: esse foi o nome dado por Emília ao menino invisível. E com uma pena de papagaio amarrada na cabeça, a boneca conseguiu fazer com que ele fosse visto embora fosse invisível aos desavisados.
Enquanto a turminha se preparava para partir, Dona Benta estava preocupada com o sumiço do Zé Canário. Não podia pedir ajuda, até mesmo porque iam achar que ela está caduca, ou maluca. E por um momento acreditou mais na versão do Pedrinho do que seu instinto da realidade.
Pedinha pegou um saquinho. Por um momento, as crianças acharam que era o saquinho do portal. Mas era outro. E do saquinho retirou um pó. Era o Pó de Pirlimpimpim, um produto mágico, especial. Sua especialidade era levar qualquer pessoa ou coisa a qualquer lugar do mundo em questão de instantes.
A dúvida de Pedrinho retornou. Mais uma vez ele pensou ser Peninha na verdade o Peter Pan, pois ele tem um pó idêntico, com propriedades um pouco diferente, mas idêntico.
Visconde ficou maravilhado com as qualidades daquele pó. Peninha jogou um pouco para cima, disse para todos imaginarem uma biblioteca que ficasse em Londres. Em segundos, estavam lá. Um pouco tontos, mas estavam lá. O sabugo abriu a boca. Pedrinho borrifou o spray de alho no salão, Narizinho colocou uma coroa de alho e a Emília um pouco de água benta. Em segundos fez todas as bibliotecas do Reino Unido. No instante seguinte, já estavam no Japão. Repetiram os feitos. E alguns segundos depois já estavam na África. Fizeram isso durante um longo tempo, a cada segundo em um lugar diferente. O pó de Pirlimpimpim parecia enganar o tempo. Em menos de duas horas, já havia visitado o mundo inteiro!
Depois desse tempo, estavam super tontos. Voltaram para o Sítio, mas tinham de descansar até viajarem para salvar o Zé Canário. Visconde, mais cansado do que os demais, devido ao seu tamanho e a sua função de carregador de canastra.
Enquanto isso, Emília pegava, sem que ninguém visse, um pouco do pó e colocava na sua canastrinha.
Depois que se recuperaram, Visconde foi falar com Peninha. Pediu-lhe um pouco do pó para fins científicos. O menino deu-lhe uma boa quantidade, e mais um pouco a Pedrinho para futuras viagens.
Agora eles iam partir para salvar o Zé Canário. Mas havia uma dúvida: levar ou não levar o Mapa do País das Fábulas, afinal era o que a Bruxa de Botas de Ferro e a Bruxa do Arco queriam.
Enquanto isso, longe dali...A Bruxa do Arco assistia, através do seu Lago Mágico, ao momento em que a Bruxa das Botas de Ferro invadia mais uma biblioteca. Ao pedir permissão e entrar no local, a bruxa sentiu um odor diferente. Alho! E junto com a água benta, ficou horrorisada, sufocada! E começou a derreter! Em instantes virou pó. O bibliotecário do lugar se assustou com o ocorrido. A Bruxa do Arco gritou de horror e entendeu que isso só podia ser arte do Menino Invisível!
Continua...
Capítulo 8
Os Preparativos
Quando Emília apareceu, o menino invisível quis "desaparecer". Mas não foi preciso. Narizinho disse que ele não precisava se preocupar com a sua boneca. Mais, disse que ela até podia ajudar no plano que estavam tramando.
Emília ouviu todas as histórias sobre os ocorridos e de súbito deu uma boa ideia: pedir a ajuda do Visconde. Como ele já lera bastante, na certa sabe muito sobre essas bruxas dos antigos contos de fadas.
Foram até o laboratório do sabugo e viram que ela dormia. Na certa perdera noites e mais noites fazendo experiências. Com o seu jeito carinhoso, Emília deu um berro e acordou o pobre sabugo. Contaram ali mesmo o plano de viajar para todas as bibliotecas do mundo e proteger os lugares contra as investidas dos seres do mal dos antigos contos de fadas.
Visconde ficou perplexo! Como seria possível fazer tamanha viagem em tão pouco tempo? Os meninos asseguraram que sabiam a maneira de fazer isso. Mas não sabia como afastar as bruxas e monstros desses lugares.
Isso era fácil para o Visconde. Era só preparar um kit antibruxa. O sabugo ia ajudar a preparar. Assim, foram até a cozinha e sem que Tia Nastácia percebesse pegaram muitos alhos. Enquanto isso, já que o menino invisível era o mais fácil de não ser percebido, Visconde pediu que ele fosse até a casa do Tio Barnabé e pegasse um pouco de água benta que ele guardava em uma jarra em seu armário.
Com o alho prepararam coroas e um spray de alho. Era tudo que as criaturas das trevas detestavam.
Enquanto isso...no mundo primitivo dos contos de fadas. A Bruxa de Botas de Ferro estava furiosa, pois sua armadilha ao invés de levar o menino invisível com o mapa, levou um caipira. Prendeu o pobre Zé Canário em uma jaula quadriculada, e pensou em queimar outra biblioteca. A Bruxa do Arco havia dito que o menino invisível, protetor do mapa do país das fábulas, andava perambulando de biblioteca em biblioteca desde os tempos antigos. Por isso armara aquele sugador para fisgar o menino. Mas não teve sucesso.
No Sítio, o kit já estava quase ponto. Pronto mesmo ficou quando o menino chegou com a água benta. Estava decidido, primeiro protegeriam as bibliotecas, depois iriam salvar o Zé Canário.
Mas havia um problema: como transportar o kit? Emília disse que as coisas podiam ir em sua canastra. E quem ficou encarregado de arrastá-la foi o Visconde.
Os meninos se prepararam para a partida. Só faltava mais um detalhe a se resolver: Emília já estava chateada com o fato de não saber para onde olhar ao se referir ao menino invisível. Então, teve a ideia de pô-lhe sobre a cabeça uma pena de papagaio que guardava na canastra. E mais: batizou o menino de "Peninha".
Era hora de partir...e Visconde queria conhecer esse jeito tão rápido e eficiente...
Continua...
Capítulo 7
O Sumiço do Zé Canário
Zé Canário e Pedrinho chegam ao Arraial, após alguns minutos de viagem na charrete. Como, ao chegar, estavam exaustos, o menino teve a ideia de comprar um refrigerante para eles se refrescarem. Assim, Pedrinho foi até o Elias. Enquanto isso, Zé Canário foi até o local da biblioteca incendiada.
Lá, já estava alguns voluntários.
O caipira acabou encontrando, entre os livros queimados no chão, um estranho saquinho. Pedrinho já estava voltando com o refrigerante e viu quando o matuto tocava o saquinho e misteriosamente era sugado para o interior dele.
O menino correu para ver melhor o que estava acontecendo. De fato, Zé Canário havia sido sugado para dentro daquele saquinho. Pedrinho envolve a mão na bolsa que trazia o refrigerante e consegue pegar o saquinho em segurança. Depois parte para o Sítio.
Lá, contou o ocorrido para sua avó,que não entendeu nada do que falava. E ficou na dúvida, será que havia acontecido mesmo isso?
Enquanto isso, o menino chamou Narizinho e levou para seu quarto para mostrar o estranho objeto que encontrara.
Narizinho o viu e ficou chocada ao ouvir a história do sumiço do Zé Canário.
Chamaram a atenção, então, do Menino Invisível. Ele deu sinal de que estava por ali. Gritou para que ninguém tocasse naquele abjeto pois era um portal.
Para onde? Era a curiosidade dos meninos. Para o Mundo Primitivo dos Contos de Fadas, um lugar mal acabado que quase não existe mais.
Era preciso fazer duas coisas: uma, ir até o Mundo Primitivo e resgatar o amigo Zé Canário; e depois, visitar todas as bibliotecas do mundo e protegê-las.
Era a segunda vez que ele falava em visitar todas as bibliotecas do mundo. Mas isso demoraria séculos, como seria possível fazer isso em pouco tempo?
O menino invisível tinha a solução - usando o Pó de Pirlimpimpim.
Que? Ninguém sabia ainda o que era esse tal pó de Pirlimpimpim.
Nesse momento, Emília chega, pois estava ouvindo tudo por trás da porta.
Continua...
Capítulo 6
A Canastrinha
Emília estava trancada no quarto de Narizinho. Enquanto isso, o menino invisível contava a história da Velha do Arco para Pedrinho e Narizinho, e sobre o que deviam fazer: visitar e proteger todas as bibliotecas do mundo. Já ia contar sua ideia, quando a porta da biblioteca se abriu. Pedrinho sentiu que aquele menino não mais estava ali.
Quem entrou pela porta foi Dona Benta. Quis saber por que Emília estava emburrada. A menina contou sobre tudo o que se passara no Sítio do Chico Pirambóia.
A boa avó subiu até o quarto de Narizinho para falar com a bonequinha. Insistiu que era bobagem ficar com aquele bico por bobagens. Mas Emília era daquelas que só desemburravam com presentes. Foi então, que Dona Benta decidiu presenteá-la com uma canastrinha. Esse pequeno baú fora presente de seu tio, o famoso Cônego Agapito Encerrabodes de Oliveira. E agora estava dando para a bonequinha juntar seus cacarecos e desemburrar o bico!
Enquanto isso, Pedrinho e Narizinho tentavam fazer o menino invisível dar algum sinal de sua presença. Mas sem sucesso!
Quando desceram, Emília já estava na sala e muito alegre. Era hora da história. Pedrinho, então, perguntou a sua avó sobre os Contos de Fadas.
Dona Benta já ia contar uma história quando o menino explicou melhor seu pedido: queria saber sobre os contos de fadas primitivos, de se contava de boca em boca. Então, Dona Benta explicou que de fato antes os contos de fadas eram histórias orais que circulavam na Europa e nem sempre adequada para as crianças, pois os personagens eram da imaginação adulta, cheios de sujeitos e passagens maléficas e cenas pra lá de sensuais. Até que escritores, como os irmãos Grimm, Andersen e outros compilaram-nos e transformaram em histórias escritas, as quais conhecemos hoje.
Na manhã seguinte...
Dona Benta chamou o Zé Canário. Queria que ele fosse até o Arraial para dar uma ajuda. O prefeito havia reunido alguns voluntários para ajudar. Ver se ficou alguma coisa que se reaproveitasse da biblioteca queimada.
Pedrinho pediu para ir junto. Dona Benta autorizou, mas só a ele. Narizinho queria ir. Já Emília, estava colhendo pertences para sua canastra. O Visconde? Este não saia mais de seu laboratório. Estava virando um verdadeiro cientista.
Continua...
Obs: Nos livros de Monteiro Lobato, de fato, Dona Benta é sobrinha de Agapito Encerrabodes de Oliveira.
Capítulo 5
A História da Bruxa do Arco
Narizinho e Emília chegaram em seguida. A menina estava horrorizada com o que ouvira no rádio no Sítio do Chico Pirambóia. Já Emília, subiu para o quarto de Narizinho. Arrumara confusão e voltara com "cara de quem comeu e não gostou".
Pedrinho seguiu o que pensou ser o "rastro" do menino invisível e percebeu que ele entrara na biblioteca. Lá, o menino invisível falava sozinho. Dizia que "eles" já estavam agindo. Mas quem eram "eles"? Pedrinho não entendia. Perguntou tentando olhar para a direção certa, mas acabou olhando para o lado oposto. O menino invisível o corrigiu e desabafou: a Bruxa do Arco estava agindo! Mas Pedrinho não sabia quem era a Bruxa do Arco.
O menino explicou melhor: existem no mundo do Faz de Contas duas bruxas terríveis. A Bruxa do Arco é aquela bruxa das chamadas "histórias do arco da velha", histórias orais, que circulavam no mundo antes de os escritores, fabulistas e contistas escreverem suas versões escritas. Os contos de fadas, por exemplo, antes de ter a versão escrita que todos conhecem, tinha uma versão oral(falada) que circulava de boca em boca. Mas um dia, os escritores invadiram o reino do Faz de Conta e acabaram com as histórias orais, modificando-as e tornando-as nas versões escritas e infantis que toda criança ouve de suas avós. Esse reino das histórias escritas, contudo, é governado pela bruxa Carochinha, das "histórias da Carochinha". A maior maldade da Carochinha é não deixar que seus personagens fujam de suas histórias. Já a bruxa do Arco, a maior maldade dela é tentar encontrar a chave para o País das Fábulas e assim acabar com todos os contos escritos e voltar a reinar com suas histórias orais.
O menino ia continuar, quando Narizinho entrou na biblioteca. Pedrinho pediu para falar para a prima que ele estava ali. O menino invisível concordou e assim repetiu sua narrativa para a menina do Nariz Arrebitado.
Pedrinho quis saber qual era a chave do País das Fábulas que a bruxa tanto procurava e também como ajudar, afinal ela acabaria queimando todas as bibliotecas do mundo.
A voz então disse que era preciso agir antes da velha. Era preciso proteger todas as histórias do mundo. Pois como ela não conseguiu a chave - um mapa que ele mesmo guarda - está queimando os livros e assim tirar da nossa memória as versões escritas dos contos.
Mas havia um problema ai...como seria possível proteger todas as bibliotecas do mundo?
Continua...
Capítulo 4
Um Plano para reconquistar o País das Fábulas
Hoje, nossa história começa no exato momento em que paramos ontem. Quando lá na Biblioteca do Arraial dos Tucanos a pobre moça sentiu um vento estranho, correu para fechar a porta. Mas, ao chegar a porta viu uma moça. Ela pediu para entrar, pois nenhuma bruxa pode invadir a casa alheia a não ser que seja convidada a entrar. Entrou e pediu um livro sobre contos de fadas. Quando a bibliotecária foi pegar o pedido, a moça se transformou na Bruxa Antiga da Branca de Neve.
A megera, com um simples toque fez a moça adormecer. Então, iniciou o seu plano perverso: queimar aquela fonte de conhecimento sobre as histórias escritas.
Nesse momento, a bruxa retira um saquinho e de dentro dele retira o Ogro Mau. Ogro Mau é a versão primitiva, oral do Lobo Mau da historinha de Chapeuzinho Vermelho. Todos os vilões das narrativas orais estavam ajudando a Velha do Arco a reconquistar o País das Fábulas. Para isso, eles atacariam todas as bibliotecas do Mundo e queimariam todos os livros que contam as "versões escritas". Feito isso, todo o mundo seria obrigado a adotar as "histórias orais" (faladas). E a Velha das Histórias do Arco da Velha voltaria a reinar.
O Ogro Mau e a Bruxa Antiga da Branca de Neve começaram o plano e tocaram fogo na biblioteca do Arraial dos Tucanos. Depois desapareceram.
Enquanto isso, Tia Nastácia ria da ideia de Pedrinho que agora inventara um amigo invisível. Nesse momento, ela fazia bolinhos de chuva. E para sua surpresa, alguns ingredientes estava fora do lugar. Por alguns instantes, se atrapalhou toda. Coitada, pensou que era arte do Saci!
Pedrinho estava lendo um livro e procurando pistas que provasse ser Peter Pan o menino que "vira", mas não obteve sucesso. Contudo, ouviu umas risadas e seguiu o som. Era o tal menino invisível rindo da brincadeira que fez com Tia Nastácia. Pedrinho chegou de fininho e o surpreendeu. Tentou fazer com que o menino não fugisse e se apresentasse. Ele disse que não queria assustá-lo lá na goiabeira. Pedrinho perguntou se ele era o Peter Pan, mas o menino disse que não. Quando Pedrinho perguntou seu nome, disse não ter. A conversa ia continuar se não fosse pelos gritos de Dona Benta. Acabara de ouvir pelo rádio que várias bibliotecas do país incendiaram repentinamente.
Nesse momento chega o Zé Canário dizendo que a biblioteca do Arraial também foi queimada. Ele tinha ido levar uns sacos no Arraial a pedido de Dona Benta quando viu a cena. O caboclo só teve tempo de entrar no local e retirar a moça que estava dormindo no local.
Pedrinho sentiu quando o menino invisível se retirou mas tentou segui-lo...
Continua...
Capítulo 3
Uma Madrasta Diferente para Branca de Neve
Aconteceu ontem, mas esse acontecimento você ainda não tinha visto: o Elias Turco estava fechando as portas de seu armazém quando chegou uma mulher muito esquisita. Pensando que era alguém querendo comprar alguma coisa, deixa a porta entreaberta e atende a mulher. Mas não era uma pessoa. Era uma personagem quem estava ali. A madrasta da Branca de Neve. Mas não aquela que nós conhecemos dos Contos de Fadas da Carochinha. Essa madrasta era diferente. Calçava uma estranha bota de ferro e tinha uma cara de mal, bem pior que a outra. Mas que madrasta é essa? Eu explico: todos os Contos de Fadas antes de serem escritos pelos irmãos Grimm, Andresen,entre outros contistas, existiam na tradição oral europeia com uma versão bem diferente da que conhecemos. A Madrasta da Branca de Neve, por exemplo, tinha essa bota, que usa até sua morte. Mas isso é outra história e aos poucos você, leitor, irá conhecer melhor.
A mulher chegou e de súbito lançou um feitiço sobre o Elias Turco. Sob seu poder, o pobre vendedor fechou a porta de sua venda e parou como um zumbi esperando novas ordens de sua mestra. A megera pergunta se ele havia na região alguma biblioteca. O turco diz que sim, que fora inaugurada recentemente (ver "Onça, Cuca, Saci...Sucuri"). Disse também que no Sítio do Picapau Amarelo havia uma boa biblioteca.
Sabendo disso, a megera fez o turco adormecer. E desapareceu dali.
Enquanto isso, no Sítio do Chico Pirambóia, Nariiznho, Eulália e Emília brincavam de amarelinha. Eulália pergunta se Narizinho notara que Pedrinho estava com ciúmes dela. A amiga diz que não havia percebido, mas que agora pensando...era verdade! O Pedrinho andava meio estranho desde que você voltou da cidade grande.
No Sítio do Picapau Amarelo, Pedrinho estava sobre a goiabeira quando vira duas goiabas flutuando. O menino desequilibou e ia caindo quando uma mão o segurou. Mas não havia ninguém ali. Contudo, alguma coisa estava puxando a mão de Pedrinho.
Uma voz, então, disse que não queria assustar e "desapareceu". Pedrinho tentou chamá-lo, mas foi inútil. Só então percebeu que aquele som de galo cantando era desse ser invisível que estava ali.
O menino desceu da goiabeira e voltou para a casa do Sítio. Ficou pensando naquilo e tentando imaginar quem seria aquele ser. Pelo som de galo, poderia ser o Peter Pan. Ele é que tem essa mania. Mas como não viu nada, não pode ter certeza.
O menino procurou sua avó e contou o ocorrido. Dona Benta ficou preocupada pelo fato de o menino quase cair da goiabeira, mas ele disse que não tinha nem um arranhão. Saiu e foi para a biblioteca ver o livro do Peter Pan.
Dona Benta, após a saída do menino, comentou com Nastácia, que Narizinho estava passando tanto tempo longe, que Pedrinho já estava inventando um amiguinho imaginário!
Enquanto isso, a pobre moça que cuidava da biblioteca do Arraial sentiu um vento muito forte...
Continua...
Capítulo 2
Goiabas Flutuantes
Na manhã seguinte, Narizinho e Tia Nastácia foram de charrete até o Arraial dos Tucanos. Chegando lá, viram que a Venda do Elias estava fechada. Era um fato curioso, afinal, o Turco jamais viajava. Tiveram de ir comprar o que queriam na Venda do Canhambora, que embora fosse pior que o Elias era a única venda aberta que encontrava na região. Perguntaram ao velho se ele sabia para onde fora o turco, mas o homem não sabia. Estava muito feliz, e queria que Seu Elias demorasse muito tempo para voltar!
Enquanto isso, Pedrinho estava na varanda. Dona Benta percebeu que o menino estava triste. Foi conversar com ele e percebeu que sua chateação era desde que Narizinho passou a brincar com Eulália.
Mas o menino, muito orgulhoso, não cedeu e disse que estava bem. Saiu e foi conversar com o Zé Canário, que estava na horta plantando umas couves.
O caipira aproveitou para ensinar o ofício para o menino. Foi até divertido.
Zé Canário pediu que Pedrinho pegasse um regador. O menino foi pegar, mas viu algo estranho: por um momento, jurava ter visto um pezinho de couve flutuando no ar. "Que idiotice!" - pensou. Só pode ser coisa da imaginação.
Mas Zé Canário também estranhou algo: quando o menino pensou ter visto algo flutuando, o caipira ouviu um "cocoricó", mas não era normal as galinhas cacarejarem àquela hora do dia.
Não ligaram para o fenômeno e continuaram o trabalho.
Narizinho e Tia Nastácia voltaram logo e foram até a cozinha contar o que tinham visto no Arraial. Dona Benta também tinha uma novidade: a mãe da Eulália ligara e pedira que a menina fosse até o seu Sítio para brincarem e que não esquecessem de levar a boneca Emília.
Pedrinho já ia chegando para contar o fato estranho que havia percebido na horta, mas ao ouvir que as meninas iam sair, pôs o bico no ar e saiu contrariado.
Sentou-se na varanda. Depois cansou e foi até a goiabeira. Comeu umas dez goiabas. E já estava se distraindo quando ouviu um cantar de galo! O menino lembrou do que ocorrera mais cedo e ficou tentando perceber algo, enquanto a mão direita ficava tentando fisgar algumas goiabas. Qual não foi seu susto ao perceber que duas goiabas flutuavam ali, bem na sua frente!
Continua...
Capítulo 1
Tempo de Chuva...e de visitas
A forte chuva que caíra durante o dia todo deixou a turminha muito inventiva. Sem ter o que fazer, tiveram de criar brincadeiras as quais pudessem ser feitas mesmo com o “mau” tempo. Mas nesse dia, a criatividade dos meninos estava em baixa. Principalmente Pedrinho, que sempre tinha as idéias mais geniais, estava hoje sem ideia alguma.
A solução foi pedir que sua avó continuasse a história de Peter Pan que ela havia contado há algumas noites.
Mas tamanho foi o azar dos meninos que não pode ter história na noite de hoje. Eis o motivo: chegou visita. Ainda era cedo, e nesse dia ela contava história sob uma jabuticabeira. Foi a Emília quem percebeu a presença de alguém na entrada do Sítio.
Dona Benta interrompeu a leitura e foi ver quem era. Para sua surpresa alguém que nunca mais tinha aparecido por ali: Chico Pirambóia, um caboclo muito mal educado que por vezes aparecia ali. Trazia sua filha, que ao contrário do pai, era um anjo. Muito ajuizada a Eulália.
Enquanto a menina ficou brincando com Narizinho e Emília, Dona Benta foi conversar com o homem. Quem não gostou muito foi o Pedrinho. É que Nariiznho, sempre que Eulália aparecia, esquecia dele e só queria saber da menina, de coisas de meninas, de brincadeiras de meninas. E como o Visconde desde que criou seu laboratorinho (ver “A Caçada da Onça”) só pensava em suas invenções, teve de se trancar em seu quarto e ficar pensando.
Pedrinho ficou pensando em sua vida de criança. Pensou na vida que tinha o Peter Pan e no medo que ambos tinham de crescer.
O Menino ainda tentou brincar com o Visconde, mas com a chuva tudo que pode fazer foi se molhar tentando ir até o Oco da Árvore.
Chico Pirambóia veio propor negócio irrecusável a Dona Benta. Ele possuía em seu Sítio uma égua muito boa que queria muito negociar com a boa senhora. Não queria dinheiro, queria uma troca: a Mocha pela égua.
Dona Benta logo notou no olhar do Pirambóia que nem metade daquela história era verdade. Conhecedora da fama do seu vizinho, foi logo tratando de não aceitar o tão vantajoso negócio.
Chico Pirambóia, como quem queria convencer Dona Benta no grito, cuspiu no chão e praguejou a oportunidade que a boa senhora não podia de maneira alguma recusar.
Mas não teve grito que intimidasse Benta Encerrabodes de Oliveira. Não houve troca, e Chico Pirambóia teve de ir embora “de mãos abanando” como ele mesmo dizia.
Aquela situação deixou Benta muito nervosa. Depois disso, a conversa no Sítio foi só sobre a cara de pau do Pirambóia. E como diferente era sua filha, Eulália, menina séria.
Obs: Tanto Chico Pirambóia quanto Eulália, pai e filha, existem no Universo de Monteiro Lobato. O episódio descrito acima (a tentativa de troca de uma égua pela vaca Mocha) está contido no livro “Serões de Dona Benta”.
Continua...
Baseado na Obra de Monteiro Lobato (Caçadas de Pedrinho)– Adaptação do Escritor sergipano Robson Mistersilva
(Observação: a primeira vez que o livro “Caçadas de Pedrinho” foi lançado foi com o título “A Caçada da Onça” e ainda não contava com a aventura onde aparece o Quindim no Sítio)
Capítulo 7
Capítulo 20(Final)
O Contra Ataque
Emília chamou Pedrinho e Narizinho em particular e contou o ocorrido. Os menino ficaram surpresos e preocupados. A onça negra queria vingança e se atacasse o sítio, de fato, devoraria a todos. Como se defender?
Os três ficaram pensativos. Por fim, decidiram compartilhar sua preocupação com Ubirajara. Ele aconselhou que não preocupasse os demais. Assim foi feito, enquanto pensavam em uma boa defesa.
Cléo, seu motorista e seu novo namorado estavam prontos para partir. Na manhã seguinte, pegariam viagem rumo à capital.
Ubirajara teve um plano. Seria preciso preparar um contra ataque que afugentasse a onça negra para sempre. Mas como? Ele deu a solução: preparar bombas de vespas.
Ao ouvir a palavra “vespa” Pedrinho se colocou de fora. Vespa era a única coisa que o menino temia na vida.
Chamaram o visconde, pois era consertável, para subir e pegar casas de vespas com cuidado para não fazê-las sair da casa.
Emília pediu ao Zé Canário que catasse alguns cascos de coco. Assim fez. Depois, com calma, deu um jeito de colocar vespas dentro de vários cascos de coco e selara-os levemente, de modo que ao menos toque a bomba explodiria. Fez também bombas de mel.
Pedrinho foi até a casa do Tio Barnabé e pediu uma escada. Só agora contaram o caso a Dona Benta. Convencendo a todos a subirem no telhado para se protegerem. O difícil foi convencer Tia Nastácia a subir, mas acabou subindo.
Na em cima, Visconde ficou com um binóculo observando a chegada da fera.
Quando a onça negra apareceu...Bomba, e mais bomba. Algumas com mel e outras com vespa. Assim, as vespas grudariam na pele da onça.
Ouviu-se os gritos da onça negra por um longo tempo, até ela sumir no horizonte. Todos comemoraram a vitória. Desceram e entraram na casa para poder comemorarem com bolinhos.
Assim, tudo voltou ao normal.
Na manhã seguinte, Cléo, seu motorista e Ubirajara partiram para a capital. A turminha toda veio se despedir enquanto a saudade já batia no peito. Mais tarde, todos assistiram a matéria feita na tribo enquanto comiam uma boa pipoca. Cléo, na matéria agradecia a turma do Sítio e deixou no ar a hipótese de um dia voltar para fazer a matéria do Capoeirão que ficara inacabada.
Essa história chegou ao fim...mas semana que vem tem uma nove aventura...
Não percam a estreia de “Peninha, Meu Amigo Invisível”. Os detalhes dessa nova adaptação no final de semana. Até lá!
Capítulo 19(Penúltimo)
O ataque da Onça Negra
Naquela mesma tarde, a onça negra percorreu toda a mata sem entender ainda a sua nova condição. Parou na margem de um riacho e viu seu rosto negro refletido e a consciência do ex-caçador pesou muito. Mas não pela maldade que fez, pelos planos estragados pela turminha daquele Sítio do Picapau Amarelo.
Assim, a noite caiu. Na tribo, uma grande festa estava acontecendo. O Homem-onça aproveitou para anunciar que passaria nessa mesma noite a condição de “escolhido” para um novo guerreiro, que assim como ele, renovaria a aliança entre os povos indígena e onça.
Uma cerimônia aconteceu, os três guerreiros da expedição se vestiram especialmente. O homem-onça pôs-se a dançar no centro da roda composta pelos moradores da aldeia. Logo em seguida, os guerreiros seguiram seus passos e entraram na dança. Uma estrela brilhou no céu, e uma luz forte tomou o corpo de Pajeú. Era ele, o “novo escolhido”. Sua primeira transformação estava se operando, enquanto o antigo escolhido se decidia em que ser se transformaria. Ele escolheu se transformar em um homem. Escolheu um novo nome humano – Ubirajara. Pajéu se transformou em uma onça-pintada.
A festa continuou. No dia seguinte, era hora de voltar para o Sítio. Ubirajara queria ir com Cléo. Todos perceberam o romance que estava acontecendo ali. A bordo de uma canoa, remada por Pedrinho e Ubirajara, voltaram para o Sítio do Picapau Amarelo.
De volta, as crianças contaram todas as aventuras vividas na tribo. Zé Canário foi apresentado a todos como o novo empregado do Sítio. O pobre homem não pode acreditar no que estava vendo: uma boneca feita de pano falando, uma famosa jornalista, um homem que antes era onça.
Durante a conversa, os besouros reapareceram e conversaram com Emília. Eles disseram que uma onça negra que estava na mata estava preparando um ataque ao Sítio do Picapau Amarelo. Iria devorar todos como vingança.
E agora?
Capítulo 18
O pior castigo do mundo para um caçador!
A Cuca se aproximou de Julião Carcará e o medo do caçador foi tão intenso que ele mal pode se mover. A Bruxa poderia fazer dele o que quiser, transformar em sapo, petrificar, qualquer coisa, principalmente porque ele não pode correr. Embora fosse uma bruxa, um ser do mal, a Cuca odiava caçadores, principalmente por agirem em sua área. Então fez a maior maldade para um caçador daquele nível: transformou Julião Carcará em uma onça negra. Agora ele iria provar do próprio veneno.
Ao ver aquilo, Pedrinho achou que era o fim mais terrível para alguém que a vida toda caçara onças. A jacaroa se aproximou de Pedrinho e dos índios, rosnou, mas não fez nada com eles. Ao invés disso, desapareceu dali.
Enquanto isso, no Sítio. Zé Canário foi pegar algumas frutas. Qual não foi o susto do matuto ao ver, no oco da árvore, um sabuguinho de cartola fazendo experiências. O susto foi tanto que Tia Nastácia teve de levar-lhe um copo de água com açúcar. Enquanto, Dona Benta explicava-lhe as maravilhas que ele encontraria em seu sítio.
Na mata, Pedrinho chama pelo Saci. O pequeno duende da floresta aparece e solta os prisioneiros. Pedrinho conta pra ele o que acontecera. O negrinho riu tanto que não podia acreditar que a Cuca havia feito uma bondade na vida.
Resolvido o problema, agora eles estavam voltando para a aldeia.
Na aldeia, Cléo e o Homem-Onça conversavam sobre eles. Depois de passar a condição de “escolhido” para um novo protetor, ele poderia escolher se iria se transformar em uma onça ou se transformar-se-ia em um homem. Embora sentisse algo especial pela Cléo, a condição de ser uma onça dava-lhe a sensação de liberdade.
Naquele momento, os guerreiros da tribo chegavam da expedição com o sucesso estampado no rosto.
O Pajé anunciou uma grande festa que ocorreria logo mais no cair da noite. Cléo, Emília e Narizinho ajudaram nos preparativos.
Continua...
Capítulo 17
Será que Julião venceu?
Na gruta, a Cuca estava vendo a ação de Julião e pela primeira vez torceu pelo Pedrinho. Ela já estava pensando em uma maneira de acabar com a raça do caçador. Tinha dois motivos para isso: primeiro, ele estava atuando em sua região; e segundo, ele havia posto as armadilhas na qual ela caíra.
Enquanto isso, Julião estava no riacho, muito furioso com o ocorrido e já fazia ideia de quem deveria estar por trás daquele ataque. Saiu da água, ainda meio se coçando e colocou seu bacamarte na mão. Andou averiguando o lugar. De repente, Pajéu lançou um dardo de zarabatana e quase acerta-o. ele vê o dardo e entende que está sendo atacado por índios.
O caçador trama rapidamente uma maneira de surpreender o inimigo. Sai vagarosamente engatinhando pelo chão até uma direção da mata. De lá, atira pedras na direção oposta. A intenção era atrair o inimigo para a direção errada e pegá-los de surpresa.
Os índios perceberam a ação, mas Pedrinho “caiu feito um patinho”. Na direção onde jogara a pedra estava um mundéu, que havia preparado. Quando Pedrinho pisou naquelas folhas, caiu em um buraco. Pajéu foi socorrê-lo. Julião aproveitou e acertou os índios pelas costas.
O bandido amarra os dois índios e de fininho segue Pajeú que já estava com a mão esticada para pegar o menino caído. Julião espera o salvamento e dá um golpe no índio. Pajéu é vencido e Pedrinho quase nem viu a cena de tão rápida.
Quando acordaram estavam todos amarrados em uma árvore.
Enquanto isso, no Sítio. Zé Canário estava bobo de ver tanto verde. De onde vem, o verde nunca chega. Dona Benta conversa com Tia Nastácia sobre o homem e pensa em contratá-lo como empregado. Há muito queria contratar alguém para ajudar o Tio Barnabé nos afazeres (ver “A Pílula Falante”), e só o fez porque o velho é muito teimoso.
Chamou o Tio Barnabé em particular e colocou a situação. Sentido pela condição de sofrimento do homem, ele aceita, inclusive oferece sua casa como morada para ele até que algo seja construído para que ele possa morar.
Tudo acertado, Dona Benta chamou o homem e perguntou se ele queria ficar empregado ali. Zé Canário ficou muito contente e aceitou a oferta.
Na mata, Julião Carcará estava feliz por ter capturado os índios. Mas nesse momento, uma onça o ataca. Contudo, não o acertou como da última vez. E ele pode afugentar a fera.
Mas havia alguém que estava chegando para “a festa”...
Ao ver aquela cena, Pedrinho se assustou. Os índios não acreditavam no que estavam vendo. Conheciam muitos seres da mata, mas evitavam a Cuca e por isso nunca tinha visto-a embora soubesse como ela era das histórias que o Pajé contara.
Continua...
Capítulo 16
Zé Canário aparece no Sítio
Julião Carcará estava olhando suas armadilhas para ver se alguma tinha disparado. Longe dali, estavam os índios e Pedrinho. Todos usando lanças e arco e flecha. Mas Pedrinho preferia usar o seu bodoque.
No Sítio, Visconde continua levando alguns cacarecos para o oco da árvore e transformando-os em ferramentas de trabalho.
Dona Benta e Tia Nastácia se perguntam se as crianças não estão dando trabalho na tribo. Aparece um homem, pedindo uma caneca de água. Dona Benta o recebe e descobre que esse homem é um retirante, que está fugindo da seca e veio parar no Arraial dos Tucanos. Seu nome é Zé Canário.
Tio Barnabé aparece no Sítio e vê o tal homem, e pergunta a Dona Benta sobre o cidadão. Ela conta a história dele. À princípio, Barnabé desconfia, mas se tem uma coisa fácil de reconhecer é o peso da vida na pele de um sertanejo. O homem devia ter pouco mais de 30 anos, mas tinha a aparência de bem mais.
Pediu a ajuda de Tio Barnabé, pois estava com seu jumentinho empacado perto da entrada do Sítio. Barnabé vai lá. O pobre animal está muito cansado. E Barnabé oferece sua casa para o moço pernoitar.
Na mata, os índios seguem uma trilha e acabam vendo ao longe o caçador de onças. Eles não querem ferir o homem, apenas afugentá-lo da região. Pedrinho acha que o lugar dele é atrás das grades.
Aparece uma onça e fala com Pajéu. Ela tem um plano para afugentar o caçador. Pedrinho ajuda Pajeú a subir em uma árvore e pegar pó de mico. Enquanto isso, a onça distrai o bandido. Os outros dois índios, então, começam a lançar o pó de mico sobre o homem. Antes mesmo que Julião pudesse ver de onde vinha o ataque já estava se coçando. E saiu correndo até um riacho para se banhar.
Mas os índios sabiam que apenas isso não ia afugentar o homem. Então, ficaram ali pensando em outra maneira de pô-lo para correr.
continua...
Capítulo 15
A Cuca descobre as ações do Caçador
Questionou porque a bonequinha estava dando fuga aos prisioneiros. Emília argumentou que a bruxa não tinha o direito de prendê-lo. Afinal não foi ele quem colocou as armadilhas na mata. Foi um caçador. A Cuca não acredita nas palavras de Emília, mas a marquesa fala para ela olhar pela sua “bola”, “garrafa”, “sabe-se lá o que de cristal” e ver que o que ela estava dizendo era a mais pura verdade.
A Cuca faz como indicado e ver a cena de Julião Carcará caçando na mata e colocando as armadilhas. Resolve então deixar que os prisioneiros saiam em paz de sua gruta. A jacaroa voltou a cochilar. Emília deu um berro, chamando pelo Saci. O Pererê apareceu com uma cara de sono. A marquesa pediu para ele levar o Visconde e o Dr. Felisberto até o Sítio. Assim, fez. No Sítio, o Saci não quis acordar a Dona Benta, então deixou o Visconde e a borboleta em um buraco de uma árvore. Depois, o Saci levou a Emília até a aldeia.
Quando o dia iniciou naquela tribo ninguém sabia mais da reinação noturna da Marquesa de Rabicó.
Os guerreiros da tribo estavam preparados para partirem em expedição. Haviam se alimentado bem, tinham feito a pintura de guerra, pois não era bem uma caça, era uma guerra.
Enquanto isso, Julião Carcará, que já imaginava que agora poderia caçar sem ninguém interromper suas ações, caminhava pela mata do Capoeirão dos Tucanos.
Na Tribo, Narizinho e Emília foram ajudar a Cléo na filmagem sobre os objetos indígenas. O homem-onça ficou observado a gravação. Olhava para Cléo. Ela também olhava para ele. Percebendo, Emília diz para ela ir falar com o homem-onça. A bonequinha aproveitou para dirigir as gravações.
No Sítio, Dr. Felisberto se despediu do Visconde. O sabugo teve uma brilhante ideia, transformar aquele lugar onde havia passado a noite em um laboratório de pesquisa. Aproveitaria para iniciar uma pesquisa sobre as plantas do Sítio do Picapau Amarelo. E passou o restante da manhã recrutando objetos que pudesse servir-lhe nessa empreitada.
Enquanto isso, Julião apagava a fogueira que havia feito na mata para o seu café da manhã, colocou seu bacamarte nas costas e partiu para a caça. Mal sabia ele, que essa caçada lhe reservava algo de especial...
Continua...
Capítulo 14
Hora do salvamento - os besouros da Emília aparecem pela primeira vez
A Cuca encasulou o Visconde de Sabugosa e o Dr. Felisberto e os levou para sua Gruta. Chegando lá, disse que ia jantá-los, pois estava muito zangada. E quando se é Cuca, a raiva dá muita fome! E ficou dando risadas terríveis. O Visconde sempre quis saber o real motivo de terem sido capturados. A Cuca então falou que os capturou como punição pela armadilha que colocaram na mata. Dr. Felisberto relata que só estavam estudando flores, que não haviam colocado armadilha alguma. Mas a Cuca não acreditou.
Enquanto isso na Tribo, Emília dormia em sua rede, mas com um enorme bicão. O motivo era que o pajé não deixou que ela fizesse parte da expedição de caça ao caçador. É uma tarefa para guerreiros e apenas homens podem participar. Pedrinho ia participar junto com os três guerreiros escolhidos.
Na tribo, Emília acorda com um zumbido estranho. Ela levanta-se e tenta ouvir a direção do zumbido. Depois colocou seus olhos de retrós na direção encontrada e viu dois pequenos besouros que discutiam. A bonequinha se aproximou e começou a escutar a conversa deles. Descobriu que a Cuca havia capturado o Visconde! Foi nesse momento que os besouros viram a boneca. No início ficaram com medo dela, mas Emília os convenceu a não se assustar. Na mesma noite, Emília saiu com os besouros no bolso. Eles iriam levar a bonequinha até o lugar onde vira os prisioneiros.
A Cuca se preparava para dar um leve cochilo (dormir, só a cada cem anos). Quando a marquesa chegou, o Visconde e o Dr. Felisberto se distraiam estudando a composição das rochas da caverna (ué, cientista é cientista!).
A boneca libertou os prisioneiros e já iam fugir, quando a Cuca libertou-se de seu cochilo e pôs-se na entrada da gruta.
Continua...
Capítulo 13
A Reunião na Tribo
Naquela noite, todos se reuniram no meio da tribo. Havia uma grande fogueira. O morubixaba (aquele que é cacique e pajé ao mesmo tempo) ficou sabendo que havia um caçador de onça na região e transmitiu o aviso a todos da tribo. Então, contou o mito do escolhido...
“No princípio, o deus Tupã escolheu o primeiro cacique da Tribo dos Nhambiquara. Mas a região onde a aldeia fora erguida era uma região habitada por terríveis onças. A morte de uma delas, por engano, colocou o povo onça e povo indígena em guerra que durou muito tempo. Até que o deus Tupã fez descer uma estrela. A estrela se transformou em onça e depois se transformou em homem. Desde então, aquele povo era um só, ligados por essa aliança. A cada época, quando a mesma estrela transcorre o céu, é sinal que o escolhido, aquele que pode se transformar em onça, está prestes a passar sua coroa para manter a aliança. Nessa época, onças e índios devem proteger mais do que nunca o herdeiro da sina sagrada.”
O cacique, então, anunciou que Pajeú havia encontrado o escolhido no Sítio do Picapau Amarelo. Foi motivo de muita alegria na tribo. Pedrinho, Narizinho e Emília, que só agora ficaram sabendo do segredo do homem misterioso, ficaram de bocas abertas.
O homem-onça, que passara o dia em repouso, fez a demonstração dos seus poderes. Mas o cacique temia um fato: o povo onça e povo índio eram um só. E a parte onça da tribo estava sendo dizimada a cada dia, pelo homem branco, o caçador que atende pelo nome de Julião Carcará.
E contou que os guerreiros mais valentes da tribo iriam fazer uma expedição para caçar o caçador de onça. Por isso, naquele momento, várias onças chegaram na tribo e guiados pelo escolhido escolheram os guerreiros dos dois povos que iriam ser os possíveis herdeiros da sina sagrada para encabeçarem a expedição. Assim, foram escolhidos, pelo povo índio, três dos mais bravos guerreiros – Pajeú, Baepeba (pai de Mapim e Japim) e Saraebi.
Enquanto isso, no Capoeirão, a Cuca estava furiosa desde que sua última captura havia escapado do seu caldeirão. A jacaroa acabou caindo em uma rede armada por Julião. Ela fica mais furiosa ainda e sai cuspindo fogo, transformando a rede em um cogumelo. Quando ouve um barulho. Era o Visconde e o Dr. Felisberto que pesquisavam ali próximo. Achando que aquela armadilha era coisa do sabugo de milho, capturou ele e a borboleta botânica.
Continua...
Capítulo 12
Pesquisas do Dr.Felisberto
O Pajé recebe a todos na tribo. Pajeú explica a ida da jornalista. O cacique não intervém e deixa que ela faça a matéria sobre os seus costumes, contanto, que não revele em suas lentes, o segredo do escolhido.
Narizinho, Pedrinho e Emília conhecem algumas crianças indígenas. Na última visita à tribo não haviam visto-os. Mas Pajeú explica que eles moravam no norte da aldeia. Mas estão na aldeia para a cerimônia de coroamento no escolhido. Os meninos não entenderam bem o que aquilo queria dizer.
Mapim e Japim eram as duas crianças indígenas que logo pegaram amizade com as crianças do Sítio. Passaram a manhã conhecendo as brincadeiras indígenas. Japim ensinou Pedrinho a atirar com arco e flecha. Mapim ensinou Emília e Narizinho como fazer um lindo cocar de penas e flores.
Cléo e seu motorista aproveitavam para filmar a vida na tribo.
Enquanto isso...no Sítio, Visconde estava na varanda quando apareceu uma borboleta. Pela descrição que dera o doutor Caramujo, só podia ser aquele o nobre sabugo. Aquela borboleta era um importante botânico formado pela Universidade Imperial do Reino das Águas Claras. Seu nome era Doutor Felisberto.
Depois das apresentações, os dois se embrenharam pela mata, investigando, analisando e anotando tudo sobre plantas e flores.
No Arraial, Julião Carcará coloca a onça capturada em uma jaula. Ali já havia várias espécies felinas. Mas o caçador queria algo bem mais valioso. Ficou com a ideia de caçar o homem-onça. Aquilo com certeza o deixaria muito rico. Mas como? Ela ainda não sabia. Mas como viu o pessoal indo para as bandas da tribo que morava não muito longe dali, já tinha uma ideia de por onde começar a sua nova caçada.
continua...
Capítulo 11
À caminho da tribo
Naquela manhã as crianças do Sítio do Picapau Amarelo já se sentiam convidados a ir para a aldeia de Pajeú. Não era a primeira vez que iam àquele lugar (ver “Onça,Cuca,Saci...Sucuri”). Mas a ideia de visitar mais uma vez aquele lugar era simplesmente fantástica.
Quem não agüentava de ansiedade também era o Visconde de Sabugosa. Aprender na prática os hábitos dos índios era algo lhe fascinava. Mas pelo menos a animação do Visconde teve de ser interrompida. É que naquela mesma manhã chegou ali no terreiro o Jabuti Carteiro. Aquele que Emília havia feito em mensageiro da região (ver “Emília no País de Gales”). Trazia uma carta para o sabugo sabido. A carta era do Dr.Caramujo e pedia ao nobre Visconde que acolhesse um amigo cientista, um botânico que estava ansioso para conhecer e pesquisar a flora do Capoeirão dos Tucanos.
Visconde teve de interromper sua ida à tribo, mas ficou feliz pela oportunidade de estudar toda a biodiversidade da flora daquela mata.
Todos já estavam prontos para irem até o Riacho do Caraminguá. Foram de van até a margem. Lá pegariam a canoa de Pajeú para ir até a aldeia.
Mas ao chegarem à margem, ouvem um tiro. Pajeú pede que fiquem ali que ele vai olhar o que fora aquilo. O índio vê uma onça ferida. Ele tenta enfrentar o caçador. Mas Julião acaba levando a melhor. O homem-onça ainda não está completamente recuperado por isso não pode ajudar.
Julião acaba indo embora, levando a onça ferida para o cativeiro, no seu esconderijo – a casa abandonada lá no Arraial dos Tucanos.
Sem ter o que fazer, só resta partir para a tribo, levando o escolhido, cujo segredo apenas Pajéu e Cléo conhecem, em segurança até o Pajé.
Durante a travessia, todos contemplavam o nado dos peixes, as reinações dos pequenos animais que ali viviam, na água e na terra, e imaginavam “como é belo o nosso Capoeirão!”
Continua...
Capítulo 10
Uma vez o amor!
Emília sabia que Dona Benta não permitiria a ida ao Arraial para mais uma reinação. Pajeú está pensando em voltar para sua aldeia para contar ao pajé que não encontrou o escolhido e que, portanto, ele pode não estar em perigo.
Cléo ficou intrigada. Primeiro porque algo havia mexido-a no coração. Aquele índio poderia ajudar o homem ferido e se ele fosse embora, poderia ir com ele a chance de ajudar aquele que a defendeu. Depois, porque já que a matéria no Capoeirão não havia dado certo, veio-lhe a ideia de fazer uma matéria em uma aldeia indígena.
O motorista de Cléo vai até o Arraial para pegar a Van. Na charrete também vão Pedrinho, Narizinho e Emília.
Chegando no Arraial, enquanto o motorista vai até a delegacia para reaver o transporte, as crianças vão reinando até o boteco do Chico Pileque.
Julião, que estava melhor, os viu pela janela e saiu correndo alertando o pobre Chico a não contar o que vira ali, muito menos o ajudara.
Os meninos chegam ao boteco e perguntam. Mas Chico tenta disfarçar o óbvio. Além do mais, Emília encontrou um chapéu de caça. O dono do boteco, contudo, negou e pediu que os meninos se retirassem.
Todos voltam para o sítio de van. Menos Pedrinho, que ia guiando a charrete.
Naquela noite não houve história. Ao invés disso, Cléo falou com Pajeú e contou o segredo do homem-onça. Aproveitou o ensejo para pedir para fazer uma matéria em sua aldeia. Pajéu não sabia se o cacique permitiria, mas como a moça era amiga da turma do Sítio, pensou que não haveria problema. Estava decidido, ela poderia ir. Mas Pajeú queria levar o escolhido com ele. Cléo então foi falar com o homem-onça e contar que havia partilhado o segredo. O homem não ficou chateado pois ela havia confiado o segredo a um índio. Disse, inclusive, que procurava a tribo de Pajéu quando fora atingido pelo tiro do bacamarte do caçador.
Estava tudo certo, na manhã seguinte Pajeú partiria para sua tribo levando o escolhido consigo. Cléo iria junto para fazer sua tão sonhada matéria.
Cléo e o homem ficaram a sós. Ela pegou em sua mão e disse que só partilhou o segredo, pois sentiu que aquele homem poderia ajudá-lo. Parecia mesmo que estava nascendo um sentimento entre os dois.
Continua..
.
Capítulo 9
Pedrinho vai até o Arraial dos Tucanos
O Saci aparece no Sítio. Pajéu o vê e pergunta se o Saci viu o escolhido. O duende diz que não. Pedrinho pede que o Saci vasculhe a mata mais uma vez para ver se encontrava Tio Barnabé e o motorista da Cléo.
Na Gruta, a Cuca havia colocado os dois no caldeirão. Ia preparar com eles sua refeição. Mas faltava um ingrediente para dar um sabor especial. Então, ela sai e os deixa amarrados. Nesse momento, o Saci aparece para perguntar se a Cuca havia visto o escolhido ou os homens sumidos. Mas logo se surpreendeu ao vê-los ali. Os desamarrou e sumiram em seu rodamoinho.
Dona Benta pede que Pedrinho vá de charrete até o Arraial para comprar medicamentos para o ferimento do homem misterioso. Na farmácia, seu Boticário estranha tantas pessoas feridas e conta do caso do Chico Pileque que aparecera ali tremendo feito vara verde para comprar medicamentos de ferimento. Sabido que só ele, Pedrinho ficou com a pulga atrás da orelha, pensando se não era o caçador que estava ferido no boteco do Chico Pileque. Mas não pode averiguar, porque os ferimentos não podem esperar a curiosidade infantil. Então, subiu na charrete e voltou para o Sítio.
No Sítio, mal parou a charrete e sentiu um vento forte. Era o Saci que aparecia trazendo consigo Tio Barnabé e o motorista da Cléo.
Enquanto isso, os policiais junto com o Coronel Teodorico vasculham a mata à procura do caçador, mas nem sinal dele. Chegaram até o lugar onde estava a van de Cléo. E não encontrando nada, voltaram para a delegacia. Todos pensam que Julião se assustou com o ocorrido e “sumiu no oco do mundo”.
O Coronel chaga o Sítio e transmite o comunicado. Haviam recuperado a van, mas nem sinal do caçador, que já deveria estar bem longe para não ser capturado.
Pedrinho chama Emília e narizinho em particular e conta o que ouviu na farmácia. Era preciso ir até o Arraial para verificar essa história.
Continua...
Capítulo 8
O Segredo do Homem-Onça
Na mata, Cléo ainda está abismada pro ver um homem se transformar em onça. Ele pede a Cléo que guarde seu segredo do homem branco. Ela concorda. Mesmo ferido se transforma em onça e leva no lombo Cléo que o guia até a porteira do Sítio do Picapau Amarelo. Ali volta a ser um homem ferido. Tia Nastácia, que estava no galinheiro os avista de longe e corre em socorro. Chama Pedrinho e Dona Benta e depois de muito esforço conseguem levá-los para dentro da casa.
Enquanto Dona Benta e Tia Nastácia cuidavam da Cléo e do homem ferido. Emília estava tentando pensar em alguma maneira de poder ajudar. Quando ela vê algo estranho se aproximando da porteira. Era alguém conhecido. Um índio! Pajeú estava chegando ao Sítio do Picapau Amarelo (ver “Onça, Cuca,Saci...Sucuri”).
Enquanto isso, no Arraial dos Tucanos, Julião se esconde dos policiais e entra no boteco do Chico Pileque. Lá, mesmo ferido, obriga-o a ir até a farmácia comprar medicamentos para o seu ferimento.
O matuto segue caminho até a farmácia. Vê os policiais e se assusta. Mas acaba conseguindo ir até seu destino, mesmo não conseguindo disfarçar seu nervosismo por ver uma arma sobre sua cabeça, algo nunca vira.
Na farmácia, pede curativos e esparadrapos e mais outros medicamentos para ferimento. Seu Boticário, dono da farmácia estranha o pedido, mais ainda o medo do pobre matuto que a todo momento olhava para trás. Chico Pileque disfarça e sai da farmácia levando consigo os medicamentos comprados.
No Sítio, Dona Benta recebe Pajeú muito bem. O homem ferido estava sendo tratado no quarto de Pedrinho. Pajeú não o viu nem desconfiava de sua presença ali. O índio conta de sua missão de encontrar o escolhido. O ser mítico que pode se transformar em onça e que está na região para passar sua coroa para a próxima geração. A turma não entende bem aquela história, afinal era preciso ser índio ou ser onça para entender toda aquela história. Cléo ouve, e mesmo não vendo mal naquele homem não contou o que sabia para não quebrar sua promessa. Se bem que índio não é “homem branco”. Mas no momento ela não havia pensado nisso.
Enquanto isso, na Gruta...a Cuca põe Barnabé e o motorista em seu caldeirão.
Continua...
Capítulo 7
Julião fica ferido!
O tiro foi disparado. Misteriosamente o homem caído se transforma em uma onça e parte para tentar defender Cléo. A bala passa por longe, pois Carcará ficou boquiaberto com a cena de ver um homem se transformar em onça. Julião é ferido no braço, com uma mordida.
Enquanto isso, sem que Barnabé visse, o motorista entra em uma gruta para se esconder. Mas Barnabé reconheceu aquele lugar. Era o esconderijo da maior bruxa da região, a Cuca. Imediatamente correu para tentar avisá-lo. Mas era tarde demais. A jacaroa já o havia visto. Subitamente ela captura não só o motorista como Tio Barnabé também.
Pedrinho e o Saci chega ao Sítio e conta todo o ocorrido. Dona Benta fica aflita. Foi preciso um copo de água com açúcar para acalmar a velha senhora. Daí a instantes, agora já mais calma, Dona Benta liga para o Coronel Teodorico pedindo ajuda.
Na sua fazenda, o Coronel Teodorico atende o telefonema de Dona Benta. Fala para sua esposa que tem de ir até o Arraial para ajudar sua comadre. E contou todo o caso para a velha comadre de Dona Benta.
Depois, ligou seu velho carro e partiu para o Arraial dos Tucanos. Chegando, vai até a delegacia e relata o ocorrido ao delegado.
A força policial do arraial era fraquinha, mas não podia deixar de atender um pedido de um dos homens mais ricos da região. Principalmente em se tratando de uma jornalista da capital correndo perigo. Logo alguns policiais já estavam na frente da delegacia prontos para caçar o criminoso.
Nesse momento, Julião chega no Arraial, ferido no braço e vê a movimentação policial.
Continua...
Capítulo 6
A Fuga
Para não correr o risco de Julião acordar e surpreendê-los a turma inicialmente saem em disparada pelo meio do Capoeirão. Em certa parte, Emília dá ideia de se separarem. Narizinho e Emília vão por um lado. Barnabé e o motorista seguem por outro caminho e Cléo acaba seguindo rumo sozinha no meio do mato.
Pedrinho e o Saci já estavam à caminho para o resgate. Aparecem na mata e encontram Narizinho e Emília que corriam desesperadamente.
Enquanto isso, Tio Barnabé estão correndo pelo Capoeirão. O velho tentava não se perder fazendo uso de sua memória e já notara que estavam distantes, numa área que já não era mais o Capoeirão dos Tucanos e sim a perigosa Mata dos Taquaruçus. Já o motorista corria para se salvar, sem notar os outros perigos que poderiam encontrar naquele lugar.
Do outro lado da mata, Cléo também corria. Mas como o terrível caçador tinha de seguir alguém foi atrás dela que ele, logo após acordar, foi. A moça corria distraída quando tropeçou em alguma coisa. Tamanho foi o susto da jornalista. Mas, ao olhar para o lugar do tombo, eis que a moça vê algo caído. Mas não era um animal, nem havia tombado em uma pedra. Era um homem. Pelo menos parecia que era um homem. Cléo se aproxima e verifica a situação. Sim, era um homem caído no meio do Capoeirão. Olhando aquele homenzarrão estendido no chão, por um minuto ela se esqueceu do perigo que estava correndo. Havia se encantado pela imagem daquele rapaz.
A moça viu que aquele rapagão estava ferido no pé. Mas a distração dela teve um preço: Julião Carcará logo a acompanhou. E a surpreendeu, chegando e apontando o seu bacamarte para dar cabo de sua vida.
O homem caído percebe a cena e mesmo ferido tenta proteger a moça.
Julião se prepara para atirar...
Continua...
Capítulo 5
Salvos pela onça!
A van da Cléo para no meio da mata. Havia uma árvore caída no caminho. Uma das armadilhas, na verdade, que Julião preparava contra intrusos que pudesse impedir sua ação. Eles desceram. O motorista e Barnabé foram tentar retirar o tronco. Julião finge ajudar, mas acaba acertando o rapaz e o velho na cabeça. Cléo acha que foi um acidente e tenta despertá-los, mas eles não acordam. Emília e Narizinho se assustam. Mais ainda, pois Julião pegou nas suas coisas um bacamarte de caça. Subitamente, pegou um frasquinho com uma flanela e embebeu do líquido e colocou no rosto da jornalista. Cléo desmaia. Ele aproveita para amarrar Narizinho e Emília e coloca-as dentro da van até saber o que fazer com elas.
Eis, que aparece uma onça. Mas o caçador dá um tiro e a fera corre.
Enquanto isso, Pedrinho resolve pedir a ajuda do Saci. Quem sabe ele não podia ajudar, já que da última vez, ele o ajudou (ver “Onça, Cuca,Saci...Sucuri”). O duende das florestas aparece e conversa com o menino. Mais ainda, decide ajudar, uma vez que o caçador está acabado com os bichos da mata.
Quando o caçador se distraiu com a onça, Emília aproveitou e livrou uma das mãos. A bonequinha tentou pegar algo que servisse para ajudar. Só conseguiu pegar a chave da van. Atirou na cabeça de Julião, que ficou meio tonto. Aproveitou e soltou-se, junto com Narizinho. Rapidamente, desceram e acertaram Julião na cabeça com um cacete que encontraram caído ali. Foram até a Cléo e tentaram despertá-la. Depois que a moça acordou, foram até o motorista. Ele dispertou. Acordou também o Tio Barnabé.
Por pouco escaparam, mas era preciso fugir antes que o homem acordasse. Até mesmo porque agora eles já sabiam que o homem era um caçador de onça.
E agora? Julião vai acordar ou conseguirão fugir. Este é o fim do caçador de onças? Semana que vem, não percam a continuação dessa divertida história. Vejam alguns detalhes dos capítulos da próxima semana...
Uma onça que se transforma em gente?
A polícia do Arraial procura por Julião Carcará
O índio Pajeú (ver “Onça, Cuca, Saci...Sucuri”) aparece no Sítio de Dona Benta
Tudo isso e muito mais...você não vai poder perder!!!
Continua...
Capítulo 4
E agora,Julião?
Agora a coisa se complicou. Se livrar da jornalista e seu motorista perecia ser fácil, mas dar cabo dos netos de Dona Benta já seria bem mais difícil, principalmente porque era preciso fazer parecer um acidente.
Narizinho e Emília estavam muito alegres, pois iriam assistir a gravação de uma matéria para o programa de ecologia da Cléo, a jornalista mais famosa da capital. Pedrinho fez logo tromba, pois queria ir. Já o Visconde pensou que se pudesse ir aproveitaria a oportunidade para estudar a fauna e a flora. Catalogaria os seres ameaçados de extinção que viviam no Capoeirão, etc.
Pedrinho pediu para Dona Benta. Mas a boa senhora achou que já iam gente demais nessa jornada. Muita gente só atrapalharia a moça.
O bico de Pedrinho só aumentou. Mas não teve remédio. Teve de aceitar.
Assim partiram na van, Cléo, seu motorista, Julião Carcará, Barnabé, Emília e Narizinho.
Pedrinho ficou na varanda com sua tromba de irritação. Visconde voltou para seus estudos na biblioteca.
Logo apareceu o Rabicó. Pedrinho, irritado que só, descontou no marquês. O porquinho correu para a cozinha. Por incrível que pareça, dessa vez, Tia Nastácia não o recebeu à vassourada, pois a boa cozinheira viu quando Pedrinho judiou do pobre suíno. Dona Benta também chegou para repreender o menino pela malvadeza. Descontar no porquinho sua indignação por não ter ido com as meninas, o Julião e a Cléo para a mata não estava certo.
O menino pediu desculpas. Mas Rabicó, que agora entendeu o ocorrido, ficou alarmado mais uma vez e contou para Pedrinho o que vira na mata – Julião havia matado uma onça!
Que maçada! Então, a Cléo, a Narizinho e a Emília corriam perigo. O que fazer? Dona Benta não acreditaria. Acharia, de certo, que ele estava inventando tal história por despeito por não ter ido.
Como salvá-los, então?
Continua...
Capítulo 3
O Plano de Julião Carcará
Julião Carcará sabia que aquela jornalista seria um grande problema para seus negócios, por isso já tinha pensado na melhor maneira de dar um fim na moça. E parecia que ia ser mais fácil do que ele imaginava, afinal agora como empregado no Sítio do Picapau Amarelo e incumbido de guiar Cléo Monteiro pela mata, tramaria um trágico destino para os visitantes e ainda arrumaria uma maneira de fazer com que parecesse ser apenas um acidente de percurso.
Ali na varanda, quando o Rabicó fugira ao vê-lo, ela arquitetava cada parte de seu plano macabro.
Enquanto isso, Narizinho correu até o Pedrinho e contou que o Rabicó estava realmente assustado com alguma coisa. O menino diz que de certo há de ser alguma minhoca estragada que comera, mas logo apareceu a Emília e disse que não era minhoca coisa nenhuma. Então, o que era? Ela não sabia. Não sabia, mas iria descobrir. Afinal - ela disse – foi ao ver o moço com cara de coruja que Dona Benta contratou que ele ficou esquisito.
Carcará estava preparando seu equipamento para se embrenhar na mata. Cléo e seu motorista estavam preparando as coisas na van. Narizinho aproveitou para conversar com a jornalista. Disse que gostava muito de suas matérias ecológicas e que há muito escreve parabenizando-a pelas mesmas. Cléo lembrou-se das cartas na menina do nariz arrebitado. A jornalista não acreditava na coincidência. Sem querer estava na morada de uma de suas maiores admiradoras.
Emília aproveitou para jogar o verde. Explico: a bonequinha sabia que alguma coisa naquele tal Julião estava assustando o Rabicó, então iria arrumar um jeito de ir com a Cléo filmar a matéria ecológica no Capoeirão. Emília chegou de fininho e “com seu jeito” pediu para ir junto. Cléo aceitou, desde que Dona Benta permitisse. Narizinho e Emília correram para fazer o pedido. A boa velhinha não quis aceitar, afinal, o trabalho de Cléo era sério e a presença das crianças poderia atrapalhar bastante.
Mas, Cléo viu que as “meninas” ficaram tristes e disse a Dona Benta que elas não atrapalhariam, pelo contrário, seria um prazer tê-la na gravação.
Continua...
Capítulo 2
Julião Carcará, o caçador de onça
Dona Benta acabou de receber a visita do seu compadre, o Coronel Teodorico. Eles conversavam sobre conseguir um empregado para o Sítio. Alguém que pudesse ajudar o Tio Barnabé nas tarefas que exigisse maior esforço físico. O Coronel sabia de um homem, muito trabalhador, que trabalhava nas Terras de Nhá Veva*. Mas foi demitido, pois a velha senhora já não podia pagar por seus serviços. Parecia ser o homem perfeito para o serviço. O Coronel ficou de trazer o cidadão até o Sítio.
Rabicó chegou ao Sítio muito suado e assustado. Pedrinho não ligou. Mas Narizinho, que gostava muito do porquinho, foi saber dele o que estava acontecendo. O porquinho estava sem voz e não pode falar o horror que vira. Narizinho chamou o Visconde, que na certa entenderia de perda de voz suína. Visconde só pode concluir que algo terrível assustara o marquês e que por isso ele estava assim, com medo até da própria sombra.
Pedrinho avistou a van, que parou na porteira do Sítio. O menino reconheceu a Cléo, pois era fã dela. Adorava suas matérias, sempre com um tema ecológico. A moça perguntou ao menino onde poderia encontrar um tal Tio Barnabé. O menino sorriu e disse que não era possível procurar mais, que embora morasse na casinha da ponte ele trabalhava nas terras de sua avó e que nesse momento estava ali.
Enquanto isso, no Arraial dos Tucanos. Julião Carcará despachava seus amimais capturados ou mortos de forma cuidadosa através de um caminho, que uma vez por semana aparecia na redondeza. Depois, foi até o Boteco do Chico Pileque*. Lá, foi encontrado pelo Coronel Teodorico que perguntou-lhe o que fazia desde que saiu do emprego na fazenda de Nhá Veva. Disse que sabia de um bom emprego para ele – no Sítio do Picapau Amarelo. Como todo bandido precisa de um bom disfarce, aceitou trabalhar no referido sítio.
Pedrinho os levou até a horta para conhecer o velho senhor. Barnabé os chamou para a varanda da casa, onde apresentou os “moços da cidade” para Dona Benta. Ela os recebeu muito bem e pediu para que todos entrassem para que pudessem conversar em tranqüilidade.
Tio Barnabé confirmou que conhece melhor que ninguém aquelas matas. Disse que conhecia o famoso Capoeirão dos Tucanos, e mais, que conhecia a Mata dos Taquaruçus que fica logo após o Capoeirão e é habitada por seres místicos, como a Cuca.
Aquele papo fez a jornalista pensar que o velho já não batia bem da bola. Mas a conversa foi interrompida com uma travessa de bolinhos de Tia Nastácia.
Nesse momento, chega o Coronel Teodorico trazendo o Sr. Julião. Ele logo fitou a jornalista e a reconheceu das matérias ecológicas da TV. Conversaram com Benta e acertaram o contrato de trabalho. Depois, Dona Benta pediu para ele acompanhar a jornalista e seu motorista até o Capoeirão para fazer uma matéria ecológica.
Rabicó já podia falar e chamou Narizinho e Emília. Mas quando ia abrir a boca avistou na varanda do Sítio Julião Carcará, o mesmo caçador que vira matar uma onça na mata. De súbito, o porquinho saiu correndo mais uma vez. Narizinho e Emília não entenderam.
Continua...
_________
* Tanto Nhá Veva como Chico Pileque e seu boteco aparecem nos livros do Sítio do Picapau Amarelo.
Capítulo 1
Aparece uma jornalista no Arraial
Bem vindos ao Arraial dos Tucanos...um lugar pacato, uma vilazinha do interior brasileiro. É um local tão simplesinho que pouco comércio existe ali. Seus habitantes, quase sempre camponeses, fazendeiros ou moradores da sede da vila, têm, por exemplo, pouca opção de comércio. Neste vilarejo, só existe a Venda do Elias Turco, onde “tudo é de qualidade duvidosa” – pelo menos é o que diz Tia Nastácia; e a Venda do Canhambora*, bem fraquinha.
Mas naquele dia, o Arraial dos Tucanos estava recebendo uma van de um programa de televisão da capital. Era a famosíssima jornalista Cléo Monteiro que estava chegando. O carro parou em frente a Venda do Canhambora, o motorista desceu e pediu dois refrigerantes. O vendedor ficou muito feliz, pois seu comércio nunca é primeira opção. O homem pagou os refrigerantes e perguntou como se fazia para chegar até o Capoeirão dos Tucanos. O Velho Canhambora ensinou o caminho, mas advertiu que era um lugar perigoso e que não aconselhava que fossem sós lá. Nesse momento, Cléo entrou na venda e ouvindo a conversa perguntou onde poderiam encontrar pessoas para os ajudarem. O velho senhor disse que, na região, ninguém conhecia melhor aquela mata que o Tio Barnabé, um homem já de certa idade que mora numa casinha rústica perto da ponte logo depois do Sítio do Picapau Amarelo.
Ensinou caminho aos forasteiros e lá se foram estrada à fora, procurar o homem sábio.
Depois que a van partiu, todo mundo foi à Venda do Canhambora. Alguns iam perguntar o que queriam os visitantes, outros compravam uma barra de sabão só para ter pretexto e matar a curiosidade. Nunca a Venda do Canhambora foi tão visitada.
Enquanto isso, No Sítio do Picapau Amarelo, as crianças brincavam de amarelinha. Rabicó não estava, na certa pelas matas procurando algo para comer. Visconde estava trancado na biblioteca, lendo um ótimo livro sobre biopirataria.
Tio Barnabé mexia na horta, Dona Benta e Tia Nastácia observavam e discutiam se já não era hora de contratar alguém para ajudar o homem nos afazeres do sítio. Lembraram aquela ocasião em que ele e o Coronel Teodorico se perderam na mata (ver “A Pílula Falante”). Mas sabiam que ele não aceitaria ajuda. Por isso, a sábia senhora teve a ideia de contratar alguém para ajudá-lo em segredo. Mas quem?
Longa dali...na Mata dos Taquaruçus, um grupo de onças estava reunido. Se fosse possível escutar seus pensamentos era isso que íamos ouvir:
- vocês viram a estrela ontem à noite?
- sim, é o sinal!
- o rei está voltando para passar sua coroa.
Mas assim como nós não podemos ouvir os pensamentos das onças, quem pode também ficaria confuso. Era preciso ser onça para entender do que falavam.
De repente, um tiro! Uma onça cai morta. As demais correm, uma fica parada, olhando aquela onça morrer ali e sussurrar suas últimas palavras em língua felina:
- encontre o escolhido e proteja-o. Ela não pode morrer antes de passar a coroa, ou será o fim da nossa espécie!
Dito isso, partiu para o céu das onças.
Um caçador se aproximou do cadáver, enquanto a onça sumia no oco do mundo, pegou-o pelas patas e fez um nó. Colocou a onça nas costa e partiu. Quem era esse caçador? Julião Carcará, um bandido que caçaria a própria mãe se te pagassem para isso.
O Marques de Rabicó assistiu ao evento e saiu correndo o mais rápido possível.
Continua...
_______
* A Venda do Canhambora aparece no livro “O Poço do Visconde”.
[História livre, criada especialmente para este blog. Baseada na história "O casamento de Emília" contida no livro "Reinações de Narizinho"]
Capítulo 10 (Último)
A Príncesa Esopina...e o Final Feliz
O beijo da princesa Kate não deu certo e o príncipe William continuou sendo sapo. Ninguém entendeu nada. Mas Dona Aranha sabia. Kate era princesa há muito pouco tempo, além do mais, ela não tinha sangue nobre, por isso não teve efeito o seu beijo.
E agora? Como desfazer o feitiço da Cuca? Capturar a malvada e aplicar o pingo d’água?(ver “Onça, Cuca, Saci...Sucuri”). Com certeza não, porque dessa vez ela não estaria desprevenida.
A festa iria acabar? Não. Emília teve a solução. Sabe-se lá como ela lembrou que Esopina, era um ser de uma fábula. E assim sendo, estava tudo resolvido. As pessoas continuaram na mesma, sem entender nada do que a bonequinha falava.
A diabinha tratou de elucidar sua solução:
- Os personagens da fábulas representam pessoas reais, não são?
- Sim – respondeu Narizinho.
- Naquele tempo, esses personagens, se bem me lembro, como nos falou a Dona Benta outro dia, era reis, princesas e rainhas. Logo, Esopina é uma rainha ou princesa.
Esopina não soube explicar se isso era verdade, afinal ela só sabia que morava antes no país das fábulas, mas não sabia nada dessa história de ser um personagem inventado por Esopo. Muito menos sabia se fora inspirada em alguma rainha da antiguidade.
- Como saber se isso é verdade? – quis saber Pedrinho. E mesmo que fosse verdade, beijo de princesa poderia salvar o príncipe, mas beijo de rã?
Emília teve de explicar mais uma vez:
- É fácil. E tenho certeza que vai dar certo. Primeiro o Príncipe Escamado deve beijar Esopina.
Meio sem jeito, o príncipe Escamado topou beijar a rãzinha. Quem não gostou muito foi Narizinho ao ver seu pretendente beijando outra.
Qual não foi a surpresa de todos ao ver a rã se transformar em uma linda princesa.
Agora era só Esopina, que mesmo sendo uma rã, sempre foi uma princesa,beijar o príncipe sapo.
A princesa Kate aceitou que ela beijasse seu esposo. Assim se fez! Vupt! O feitiço se quebrou e William Guilherme voltou a ser o Príncipe de Gales.
A festa continuou em meio a muita felicidade.
Depois da festa voltaram para o Sítio do Picapau Amarelo. O casal real ainda ficaram ali alguns dias vivendo o sonho de habitar essa terra maravilhosa. Mas logo tiveram que voltar para a Inglaterra.
No dia da despedida estavam todos na porteira acenando e vendo a Carruagem Real partir e levar o casal de Gales.
Naquele momento, enquanto a Carruagem Real sumia no horizonte. Uma estrela cruzava o céu rumo ao Capoeirão dos Tucanos. Lá, na Mata dos Taquaruçus, várias onças observavam o fenômeno. O que significava isso? Descubram na próxima aventura quando o livro “Caçadas de Pedrinho” será adaptado.
Fim
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Brasão de Armas da Duquesa da Cornuália
Capítulo 9 (Penúltimo)
O Príncipe Ensapado
Emília e a turminha do Sítio não conhecia aquele personagem. Nunca tinham ouvido a sua história. Nem mesmo em suas visitas ao Reino das Águas Claras haviam escutado a história. E mesmo quem conhece as famosas fábulas gregas jamais poderia sonhar que era aquele o mesmo personagem. O ser que aparece ali, o sapo grande, não era um sapo e sim uma rã. A rã da fábula grega “O sapo e a rã”.
Desde o infeliz incidente ocorrido na sua fábula que ela veio morar no Brejo Real do Reino das Águas Claras. Mas como era uma figura misteriosa, todos ali a temiam, pois os peixes são como os humanos, temem o desconhecido.
Emília quis saber qual o nome da rã. Ela disse que não tinha nome, que Esopo, ao escrever sua história, não a nomeou. Emília, que desde que criou vida iniciou a mania de dar nomes a tudo que via, resolveu dar um nome a rã. Como era uma personagem de Esopo, resolveu dá-lhe o nome Esopina.
Narizinho e a princesa Kate perguntaram se ela não havia visto no brejo um sapo diferente dos que havia ali. De fato, havia aparecido um sapo diferente. Ele apareceu atraído pelas moscas que havia ali. Comeu, comeu e lá ficou até fazer a digestão.
Esopina levou a turminha até o local onde ela havia visto o sapo misterioso. Ao ver aquele ser sapante, a princesa Kate o reconheceu como o príncipe William.
Todos voltaram para o palácio do príncipe Escamado, escoltados pela guarda real. A princesa não queria que William voltasse a ser gente no meio de um brejo. Ao voltar, o príncipe Escamado teve a ideia de fazer o desentamento durante uma festa que daria em homenagens aos visitantes vindos do Reino de Gales. Esopina também seria homenageada. O príncipe Escamado, inclusive, queria aproveitar a ocasião, para fazer um pedido muito espacial.
Logo, os preparativos foram ajeitados. A festa ficou pronta. Kate colocou um belo vestido feito por Dona Aranha. O sapo William também estava trajando um fraque feito pela costureira das fadas.
No meio da festa...Escamado pediu a mão de Narizinho em casamento. A menina ficou sem palavras. E quando ia responder, foi anunciado que a princesa ia desensapar o príncipe.
A princesa Kate segurou o sapo entre as duas mãos e o beijou. Mas nada aconteceu. Ninguém conseguiu entender porque o feitiço não se quebrou.
E agora? Por que o beijo não deu certo? Como vai acabar essa aventura? Não percam amanhã, o último capítulo de “Emília no País de Gales”.
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é a Estandarte Pessoal de Eduardo VIII
Capítulo 8
O Príncipe Escamado
A princesa Kate, Emília, Pedrinho e Narizinho foram até o Reino das Águas Claras. Conversaram com o Príncipe Escamado, que ficou muito feliz com a presença de Narizinho no seu reino. Mas infelizmente o doutor Caramujo não estava, havia viajado para uma especialização.
Escamado teve uma ideia: perguntar a Dona Aranha se ela conhecia alguma forma de desencantar feitiços de ensapamento. Como ela costura para todas as princesas do reino encantado é possível que ela conheça alguma solução.
Dona Aranha recebe a todos. Disse que no reino encantado o remédio para desensapamento é o beijo de uma princesa. Então, estava resolvido, Kate o beijaria e faria com que o desencanto acontecesse.
Mas, quando iam tentar no sapo-príncipe, notaram que este não estava mais no bolso. Havia sumido.
A turminha voltou imediatamente para o palácio do príncipe Escamado. Este ordenou que toda a sua Guarda Pessoal se espalhasse para encontrar o sapo fujão. Mas como encontrar o sapo certo?Era um problema que teria de ser resolvido. Mas como se pensou em nada, o soberano ordenou que todos os sapos do reino fossem capturados e levados até a princesa.
Mas por onde começar a procura dos sapos? Para não perder tempo, chamaram a pessoa que mais entedia de sapos no reino: o Major Agarra e Não Larga Mais.
O Sapo Major conduziu a turma até o Brejo Real, onde Pedrinho teve de entrar, junto com os guardas para caçar o maior números de sapos possível.
Narizinho ficou de longe, com nojo. Emília, corajosa que só ela, pegava os sapos e guardava numa gaiola escolhida especialmente para este fim.
Tudo parecia estar bem, quando apareceu um sapo muito grande. Major Agarra parou o trabalho e tremia de medo. Os guardas também recuaram. A turminha do sítio não entendeu. Quem era aquele sapo?
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é a Estandarte do Duque da Cornuália
Capítulo 7
O Conde Strathern
A Carruagem Real voltou ao Brasil em sigilo. Era preciso que ninguém soubesse que o Príncipe e sua esposa estavam no Sítio do Picapau Amarelo.
Na mesma manhã, Pedrinho levou William até a casa do Tio Barnabé. Ele queria mostrar o ribeirão para sua majestade. Também queria mostrar seu amigo Saci, que ele mesmo havia caçado (ver “Onça, Cuca,Saci...Sucuri”).
Narizinho e Emília levaram a princesa Kate até o pomar. Queria mostrar a ela todas as frutas maravilhosas que existiam no Sítio, principalmente a jabuticaba.
Longe dali, uma bruxa observava tudo por uma espécie de bola de cristal que tem. Era a Cuca, aquela mesma que petrificou Narizinho da última vez. Ela queria vingança. Mas prestou mais atenção mesmo foi na visita que havia chegado.
Tio Barnabé e Pedrinho levaram o Príncipe para Pescar. Na beira do ribeirão, Pedrinho contou sobre o Reino das Águas Claras que existe abaixo daquele riacho. William ficou maravilhado ao saber, mais ainda por ele, um nobre, não conhecer o governante daquele reino para ele inexistente. Combinou então, que ao voltar para o Sítio chamariam Narizinho para visitar o Príncipe Escamado.
A Cuca se transforma em um pássaro e vai observar mais de perto os nossos amiguinhos. Quando Tio Barnabé de descuidou, ela transformou o príncipe William em sapo e desapareceu dali. Pedrinho chamou o Saci e pediu sua ajuda. Mas o duende perneta não sabia o que fazer para ajudar.
Pedrinho colocou o sapo-príncipe no bolso e voltou para o Sítio.
Ao ver seu marido ensapado, Kate desmaiou. Emília quis saber logo o que aconteceu. Pedrinho contou toda a história. Tia Nastácia pegou um copo com água e açúcar para dar à princesa. Ela acordou, mas estava muito aflita com o ocorrido.
Pedrinho contou da vontade de William em conhecer o Reino das Águas Claras. Foi então que Emília teve uma ótima ideia: pedir a ajuda do Dr. Caramujo.
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é a Coroa do Príncipe de Gales
Parte II
Capítulo 6
O Duque de Cambridge
Thinker Bell não sabia como fazer para encontrar Emília e impedir que ela sem querer acabasse com o casamento do Príncipe William. O Rei Bruxo de Angamar, do livro Senhor dos Anéis, já se sentia vitorioso. Saiu do lugar onde assistia o casamento e voltou para seu livro certo de que o hobbit Merry comeria seus doces enfeitiçados.
Aflita, a fadinha procura a ajuda do bruxinho Harry Potter. Ela a ajuda e com sua varinha se transportam para o palácio de Backinghan, onde certamente Emília colocaria a bandeja de doces entre as comidas da festa. Chegaram lá quando a bonequinha ia por a bandeja na mesa. Param-na e contaram a história toda. Emília ficou muito irada com o bruxão cara de coruja.
Queria retribuir sua trama. Então, com o seu faz de conta, fez a bandeja de doces chegar até o palácio do bruxo. Este comeu e dormiu por um século.
Na Abadia de Westminster, o casamento continuou. A Rainha da Inglaterra, como de costuma, condecorou os noivos com novos títulos. Assim, o príncipe e sua esposa receberam os títulos de Duque e Duquesa de Cambridge.
Após o casamento, os noivos, agora casados, percorreram as ruas de Londres na Carruagem Real, até o Palácio de Backinghan.
A turminha do Sítio não pode participar do almoço nem do jantar cujos convites eram limitados e já haviam sido entregues há tempos.
A medida que as horas foram passando, a turma da literatura inglesa e região voltaram para a página de seus livros.
Dona Benta, Tia Nastácia e as crianças se retiraram para o palácio pois estavam exaustos.
No dia seguinte...a Carruagem Real estava pronta para levar a turma de volta para o Brasil. Mas, antes de partir, Dona Benta foi chamada em particular...O príncipe e sua esposa queriam passar sua lua de mel no lugar mais maravilhoso do mundo – o Sítio do Picapau Amarelo.
E a Carruagem Real voltou para o Sítio trazendo à tiracolo os príncipes de Gales.
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Brasão de Armas do Duque de Rothesay
Capítulo 5
A Princesa Kate
Emília ficou emburrada por estar de castigo, e tranca-se em um dos salões do castelo. Tinker Bell, que só queria ter o tamanho humano para poder dar um abraço no príncipe, ficou muito triste com a confusão que causara. A fadinha começa a chorar. As lagrimas dela fizeram o efeito do faz de conta passar, fazendo seu tamanho pequenino retornar.
Todos estavam de partida para o casamento. Os Harries tiveram que ir sem o auxílio da capa de invisibilidade do Harry bruxo. Eles já não acreditavam que algo de ruim pudesse acontecer ao casamento.
Enquanto isso, Emília pensava em uma maneira de ir ao casamento escondida. Se ao menos ela tivesse uma capa como a do bruxinho Potter.
Nesse momento, ela escuta uma voz. A voz dizia que poderia colocá-la na cerimônia de casamento se aceitasse fazer algo. A bonequinha achou interessante a proposta. A voz se apresentou como um ex-Chef do palácio. Ele disse que se a bonequinha levasse a bandeja de docinhos para o casamento ele a ajudaria. Mas para isso era preciso ir até o casamento. A voz então entrega-lhe a capa de invisibilidade do Harry Potter.
Ao se revelar sem a capa, a voz tomou corpo e Emília pode ver um homem com roupas de cozinheiro.
Emília aceitou levar a bandeja de doces para o casamento. Assim que a bonequinha saiu do salão, o Chef tomou sua verdadeira forma: era o terrível vilão das histórias da trilogia dos livros “O Senhor dos Aneis” – o Rei Bruxo de Angmar. Entre os convidados estava o hobbit Merry do qual há muito queria se vingar. Era a oportunidade perfeita.
Tinker Bell vê quando ele se revela e voa para tentar avisar Emília que ela foi enganada. Mas como a bonequinha usava a capa de invisibilidade sua tarefa não seria tão fácil.
Emília não sabia onde seria o casamento. Então parou perto de dois guardas para tentar ouvir a conversa e ver se eles escapavam o lugar da cerimônia.
De repente um deles falou o local – a Abadia de Westminster. Com o faz de conta, ela chega lá rapidamente. A cerimônia já havia começado. O diácono de Westminster já conduzia a cerimônia. O arcebispo da Cantuária já esperava para casar os noivos. Por um momento, Emília se destraiu ao ouvir o belo sermão elaborado pelo bispo de Londres.
Emília só agora percebeu que a bandeja não poderia estar ali e sim no salão da festa que ocorreria após o casamento. Então, ela se prepara para ir até o salão.
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Brasão de Armas do Príncipe William
Capítulo 4
A Rainha da Inglaterra
A chegada ao Palácio de Backinghan foi triunfal. A Rainha já esperava os convidados. Só Harry Potter que ninguém sabia que estava na carruagem, pois viera em sua capa de invisibilidade para não comprometer sua investigação.
Emília não largou do pé da Rainha. Visconde procurou conversar com o Príncipe Charles. Narizinho e Pedrinho continuavam a investigação com Harry Potter, Harry Príncipe e Pippa.
Tia Nastácia encontrou logo uma maneira se infiltrar na Cozinha Real. Mark Flanagan é o Chef Real e tratou a cozinheira como convidada ilustre, para desespero da cozinheira que queria mostrar seus dotes culinários.
De repente, na Cabeça da rainha, Emília viu um serzinho se escondendo. A boneca não pensou duas vezes e pulou na cabeça de sua majestade. Foi um reboliço geral, todos os guardas do palácio pularam também para pegar a bonequinha. Pegaram-na e a levaram até Dona Benta, que conversava com o Sr. Michael, pai de Pippa. Eles estavam na galeria de arte do castelo, se deliciando com as obras de Rembrandt,Canaletto...quando chegaram os guardas a queixarem-se dos modos da bonequinha.
Emília tentou se explicar, mas viu o mesmo fenômeno na cabeça de Dona Benta. Já ia saltar na cabeça de Dona Benta, quando Michael a puxou pela mão e riu. Pediu para “ela” se revelar. Ela? Sim, era a fadinha Tinker Bell da história de Peter Pan. A danadinha estava se divertindo com tudo aquilo. Michael falou que muitos personagens da literatura inglesa estavam pelo palácio. Já havia notado as estripulias da fadinha.
Tinker Bell se desculpou com Emília. As duas se isolaram e ficaram conversando. Enfim, a noite chegou o outro dia chegou. As investigações das crianças não chegavam a coisa alguma. Pippa e Harry – príncipe - passaram a acreditar que não havia ninguém mal intencionado no palácio.
Chegou, por fim, o dia do Casório. Todos no palácio estavam atarefadíssimos. Nesse dia não se viu ninguém da família real. As crianças, então, passaram a se entreter com os personagens do mundo da fantasia. Narizinho com Alice do País das Maravilhas, Pedrinho com Peter Pan e Harry Potter, Emília com Tinker Bell. Visconde sem ninguém em particular, se chafurdava na biblioteca real.
De repente uma emergência. Fiona Cairn, a doceira responsável pelo banquete da festa estava doente. Quem poderia ajudar? Seria um desastre, tudo pronto para o casamento e a doceira adoece misteriosamente.
Para aumentar as dificuldades dois fatos aconteceram: a capa de invisibilidade de Harry Potter sumira. E Emília achou de usar o faz de conta para fazer a fadinha Tinker Bell ficar do tamanho de gente grande. Mal acostumada com o novo tamanho, caiu pelo salão, quebrando alguns enfeites, deixando os guardas mais uma vez furiosos com a bonequinha.
Pelo menos o Chef Mark teve uma solução para o problema da doceira: Tia Nastácia poderia ser contratada como doceira do casamento real.
Assim, tudo corria quase bem faltando horas para o casamento. Emília se recusou a devolver o tamanho da fadinha. Dona benta tomou uma decisão drástica: como castigo ela não iria ao casamento.
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Estandarte Pessoal da Rainha Elizabeth II
Capítulo 3
O Príncipe Harry
Emília achou que iriam para a Inglaterra, mas ela tinha muito que aprender ainda sobre a política e geografia do Reino Unido. A Carruagem Real parou no Castelo Caernafon, noroeste do País de Gales, de onde Charles, William e Harry eram Príncipes. Dona Benta e toda a turma conheceram o pai de Harry, o Príncipe Charles, que estava em Gales arrumando detalhes do casamento de seu filho mais velho.
A Rainha estava na Inglaterra. Depois de deixá-los em Gales, o Duque de Edimburgo partiu ao encontro da Rainha. Dona Benta, conduzida por Pippa, leva todos para conhecer os salões do Castelo.
À medida que caminhavam, Emília sentia que estava sendo observada. Mas Narizinho insistia que era coisa de sua cabeça. Harry contava toda a história dos antigos nobres de Gales. Falou do início da tradição de por o título de Príncipe de Gales ao herdeiro da monarquia britânica, que teve início com o Rei Eduardo I, no século XIV.
Emília se desencontrou dos demais. Queria saber se estava maluca, ou se alguém os estava observando. Para tanto, fez o Visconde desviar seu caminho também. Enquanto os outros seguiam viagem pelos salões do Castelo, Ela e Visconde iniciavam uma investigação.
Visconde, que era mais esperto, logo notou que longe algo tinha sombra, mas não se conseguia ver quem ou o que era, pois era como se estivesse invisível. Entraram em um salão e a coisa os seguiu. Emília então fechou a porta para que “a coisa”não fugisse. Deu um pulo e zás! Retirou uma espécie de capa que cobria o corpo daquele ser. Qual não foi a surpresa do Visconde ao perceber que aquele ser era na verdade o bruxinho mais famoso da Grã-Bretanha – Harry Potter. Mas não era qualquer Harry Potter, era o Harry criança, do primeiro livro de aventuras.
Ele contou que foi convidado pelo Príncipe Harry para investigar algo. Alguém estava querendo acabar com o casamento do seu irmão. Mas como sua avó, a Rainha não acreditava, aproveitou que vários seres da literatura foram convidados para o casório para pedir a ajuda e poderes do famoso bruxinho.
Logo, Narizinho, Pedrinho, Harry (Príncipe) e Pippa encontraram os fujões. Emília quis logo resolver um problema: eram muitos Harries para sua cabecinha. Ela, então, decidiu que o “título” de Harry ficava para o bruxinho. E que passariam a chamar o outro Harry de Príncipe Albert (Pois soube com o Visconde que este era um dos nomes do Príncipe).
Ela quis saber também quais outros personagens estavam por ali? O Príncipe alertou que somente Harry Potter estava ali, os demais personagens da literatura inglesa estavam na Inglaterra.
De repente, a coruja de Harry – Edwirges – traz uma carta. Nela uma pista: “A Vitória reside naquele que quer arruinar o casamento real”.
Ninguém entendeu o enigma. Mas Visconde sentou-se sobre um vaso de planta e ficou a analisá-lo. Depois de meia hora gritou: Eureka! “Vitória” quer dizer a Rainha Vitória. “reside” porque a rainha Vitória foi a primeira monarca a residir o Palácio de Backinhan. É lá que está quem ou o que quer arruinar o casamento real.
O Príncipe ligou para seu avô. Disse ao Duque que seus amigos desejavam visitar o palácio da Inglaterra. Assim, Filipe pediu para Charles conduzir os convidados até à sede da monarquia.
Novamente na Carruagem Real, partiam para Londres...era preciso descobrir quem almejava acabar com o casamento do Príncipe William.
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Brasão de Armas do País de Gales
Capítulo 2
O Conde de Edimburgo
Voltando um pouco a nossa narrativa...nem todos os convites haviam sido entregues pelo Jabuti. Emília fez questão de mandar os seus convites pelo faz de contas. O destinatário era muito longe e o pobre Jabuti não conseguiria entregá-los. Mas onde haviam sido entregues tais convites?
Longe dali...no País de Gales, uma das monarquias do Reino Unido, o Príncipe Charles estava lendo quando recebeu a carta vinda do Brasil. A Carta estava endereçada ao Príncipe Harry, seu filho. O pai chamou o jovem e mostrou-lhe o espantoso convite. Era da famosa Condessa de Três Estrelinhas. Ela convidava a ele – Príncipe Harry – para ser padrinho de seu casamento no Brasil com o Marquês de Rabicó. O convite se estendia à jovem Pippa, irmã da futura Princesa de Gales.
O príncipe ficou pensativo. Não podia recusar o convite, mas ao mesmo tempo não podia deixar o Reino Unido em virtude do casamento de seu filho mais velho, o Príncipe William Guilherme. O Duque de Edimburgo, que acabava de chegar não pode deixar de ouvir a conversa e logo deu a solução: iria ele, junto com os jovens Harry e Pippa para o Brasil afim de assistirem a cerimônia de enlace matrimonial da Condessa.
E dessa forma, Partiu ele, Filipe de Edimburgo, Harry de Gales e Pippa, irmã da noiva de seu irmão, todos para o Brasil em uma Carruagem Maravilhosa.
Ninguém acreditou quando viu aquela carruagem na entrada do Sítio. Até mesmo Tia Nastácia, que estava trancada na cozinha por medo dos peixinhos que estavam no terreiro, saiu para ver aquela maravilha.
A comitiva real foi recebida maravilhosamente bem. O cocheiro real fez o anúncio e logo após Emília acabou com o Mistério. Estavam ali os seus padrinhos: Pippa e Harry.
O casamento seguiu, conduzido pelo padre Barnabé. Só Filipe de Edimburgo não ficou no terreiro. Enquanto a brincadeira se desenrolava lá fora, dentro da casa, Tia Nastácia servia um chá para o nobre convidado. Dona Benta e o Duque conversaram muito.
Após o casório, começaram a provar os quitutes de Nastácia. Harry adorou, mas Pippa achou simplesmente divino.
Por fim, quando tudo havia acabado, e os personagens do Reino das Águas Claras já haviam se retirados, Dona Benta chamou os meninos e disse que o Barão tinha um comunicado importante a fazer. Mas não pode continuar, porque Emília interrompeu para tirar uma dúvida: Filipe era Duque ou Barão?
Visconde explica que o nobre tinha vários títulos, entre os quais atendia pelos títulos de Duque de Edimburgo e pelo título de Barão de Greenwich.
Resolvida a dúvida, o Duque anunciou: a turma estava convidada para visitar os tronos de Gales e Inglaterra e assistir o casamento de William e Kate que acontecerá nesta sexta-feira, dia 29 de abril.
As crianças ficaram maravilhadas. Emília até desmaiou de emoção. Iria visitar os países mais belos países da Europa e de quebra assistir à festa mais comentada do país dos últimos tempos.
Na manhã seguinte, Dona Benta, Tia Nastácia, Visconde, Emília, Pedrinho e Narizinho estavam em suas melhores roupas...e na Carruagem Real partiram...
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Brasão de Armas do Príncipe Filipe de Edimburgo
Capítulo 1
A Marquesa de Rabicó
Naquela noite, reizinhos pulavam nos sonhos de Narizinho. A menina sonhava com o príncipe escamado. Sonhou com as duas viagens que fez a este reino encantado (ver “A Pílula Falante”, “Onça, Cuca, Saci...Sucuri”). Tanto sonhou que acordou com uma ideia na cabeça. Não, não era fazer uma visita ao Reino das Águas Claras, era fazer um casamento real no Sítio. Nas brincadeiras, Narizinho tratava Emília pelo título de Condessa de Três Estrelinhas. Já Pedrinho era o Conde dos Bigodes de Mangas, pois nos tempos de manga no pomar o menino sempre saia do pé com certo bigode amarelado. A confusão começava ai.
Logo que desceu para a sala, chamou Pedrinho e contou sua ideia: fazer do seu porquinho um Marques de Rabicó e casá-lo com Emília. O menino achou muito boa a brincadeira, mas era preciso fazer com que a bonequinha não desconfiasse.
Durante toda a manhã deu algumas indiretas para Emília ficar sabendo meio por alto da nobreza do porco marquês. A bonequinha ficou que Ra só curiosidades. Quando não aquentou mais, chamou o Visconde e perguntou que história era aquela. O sabugo, que já sabia da brincadeira, “informou” que o Marquês de Rabicó era um nobre enfeitiçado. Certa vez uma bruxa o tornou porco e só deixaria sua condição suína quando encontrasse certo anel mágico na barriga de certa minhoca, e que por essa razão o mesmo andava a chafurdar na lama eternamente à procura dessa jóia que o desencantasse. Visconde disse que assim que voltasse a ser marquês, ele iria voltar para seu reino e casar-se. A não ser que antes encontrasse um amor, e falou que dizem que o marquês anda a suspirar por certa boneca de pano.
Os olhos de Emília brilharam. A ideia de vir a ser Marquesa logo lhe veio à cabeça. Mas casar com um porco era coisa que não lhe interessava. Pensou um pouco, e vupt! Estava decidido: iria casar-se apenas pelo título. Não queria que outra ganhasse seu título.
Foi perguntar a Narizinho, que confirmou a notícia. E disse mais: soube que o marquês iria hoje pedir a mão de uma boneca de pano que morava no Sítio do Picapau Amarelo.
O plano estava dando certo. O difícil foi convencer o Rabicó a participar. Mas, foi só prometer cascas de abóboras que o comilão cedeu.
Depois do café, lá estava o porquinho, usando uma roupa que Pedrinho lhe pusera, na varanda, a pedir a mão de Emília à Narizinho.
Estava tudo certo, naquela tarde aconteceu o noivado. Mas logo veio um contratempo: Rabicó avistou uma lixeira e desistiu da brincadeira. Foi uma catástrofe! Felizmente, o Visconde teve uma ideia: mandar um “representante” do marquês para cortejar a noiva. Dessa forma, apareceu no Sítio, um nobre bem falante e bem vestido: o Sr, Pote Azul, representante do marquês.
Na mesma tarde Narizinho fez alguns convites para o casamento. Mas como mandar? Pedrinho teve a solução, foi pegar o Jabuti de Dona Benta e fez-lhe de carteiro oficial do Sítio.
Na manhã do dia seguinte, a festa do casamento foi arrumada. Tia Nastácia, depois de muita insistência, resolveu fazer alguns doces. Logo os convidados começaram a chegar. Eram apenas os habitantes do Reino das Águas Claras.
Vendo aquilo, aquele mundaréu de bichos no terreiro, Tia Nastácia se trancou a se benzer na cozinha.
Tio Barnabé foi chamado para Padre. Miss Sardine era a madrinha de Rabicó. O padrinho era o Bagre Mordomo do Reino. Já Emília quis ela mesma escolher os padrinhos. Ela não queria ninguém da redondeza.
O casamento, então, empacou...faltavam os padrinhos da noiva.
Naquele momento...uma Carruagem Maravilhosa parou na porteira do Sítio do Picapau Amarelo.
Continua...
Nota: o símbolo usado abaixo do título do capítulo é o Brasão Real do Reino Unido
....................................................................................................................................................................
[Baseado no livro "O Saci", de Monteiro Lobato. Adaptação do escritor sergipano Robson Mistersilva]
Capítulo 10 (Final)
Na tribo...
Antes de partir para a tribo, Emília faz o tempo voltar ao normal no Arraial. Dessa forma, é hora da festa de abertura da Biblioteca Monteiro Lobato. Todos foram para a festa. O prefeito do Arraial abre as festividades agradecendo aos tucanenses e a Monteiro Lobato que aceitou o convite de inaugurar a biblioteca que leva o seu nome.
Enquanto isso, Visconde quis saber qual era o plano da Emília. Ela diz que não sabe ainda direito. Chegando à tribo, ela fala com o cacique e pede para que ele conte para todos a história da Boiuna. Ele conta a história e a bonequinha escuta tudo. Depois cochicha com o Visconde, perguntando: “se todos os seres da mata têm medo da Boiúna, deve haver alguém mais poderoso do que ela, que ela tema”. Visconde acha a ideia ridícula, pois se houvesse alguém pior que a Boiuna, seria uma péssima ideia mexer com ele. Além do mais, não existe nenhum ser folclórico maior que a Boiuna, a não ser... O que? Quis saber a bonequinha! A não ser o próprio Tupã, deus maior das Matas.
Batatal! Estava resolvido. Emília usa o Faz de Conta e vai parar na morada do deus Tupã. Sua morada era no céu, entre as nuvens. Encontrou-o ouvindo o canto do japim. Emília conta a história toda e pede a ajuda do grande deus indígena.
Na tribo, todos olham para o céu. Uma cabeça de cobra gigante apareceu prestes a acabar com tudo o que vinha pela frente. Mas...uma luz branca desce do céu. Era Emília com o deus Tupã. Ele ordena que Boiuna volte a seu sono. A Cobra Grande desaparece indo dormir embaixo da Terra. Os índios agradecem, mas alertam para não acordarem a Boiuna, pois se ela acordar, como está dormindo sob o solo, destruirá tudo somente ao se levantar. Os índios dizem que cuidarão para que isso não aconteça.
Rondon, Emília e Visconde se despedem dos índios e voltam para o Arraial. Lobato fala para os tucanenses do prazer que foi visitá-los. Em seu discurso, pode-se ler uma parte em que disse “...um país se faz com homens e livros”. E abre a Biblioteca Municipal. A festa continuou. Monteiro Lobato se despede da turminha do Sítio. Diz que nunca os esquecerá e que ainda vai escrever sobre eles em seus livros.
Essa história entrou por uma porta e saiu pela outra, quem não quiser que conte outra. Não percam, em breve uma nova adaptação aqui no Canal do Sítio do Picapau Amarelo.
FIM
Capítulo 9
A Volta do Pingo D'Água
Pajeú pensa em voltar para sua tribo antes que Boiuna os peguem. Marechal Rondon e Emília começam a conversar sobre como capturar a dita cobra. Saci se divertia trocando os ovos dos ninhos dos pássaros.
Enquanto isso, a Cuca tentava se soltar. Mas aquele nó estava bem apertado. Ela sabia que todas as assombrações da mata tinham fugido com medo da Boiuna. E já começava a pensar que ela mesma poderia acabar no papo da bicha.
Pajeú pressente a presença de Boiuna. Todos se escondem. Ela passa derrubando muitas árvores devido ao seu tamanho. Depois de alguns minutos a Cobra Grande vai embora. Em seu caminho, Pedrinho descobre que ela deixou cair algumas escamas. O Saci pega uma, e com o menino desaparecem e vão para a gruta da Cuca.
A Cuca se surpreende de ver a escama da Boiuna, e tanta enganar mais uma vez o menino e o Saci, mas este, esperto como ele só, percebe que é mais uma armação da megera e reativa o pingo d’água. A Cuca grita sem parar e concorda em desfazer o feitiço. Ela diz que há no meio da mata, um lugar onde nascem flores azuis. É só pegar uma e lançar as pétalas ao vento, que os petrificados voltarão ao normal.
De súbito, os dois vão até o meio da mata, pegam a flor e lançam as pétalas ao vento, conforme falara a Cuca. Imediatamente, Narizinho e Monteiro Lobato voltaram ao normal. A alegria foi total. Depois, todos voltam para o Sítio.
Parte do caso estava resolvido. Restava saber se a Boiuna não iria atacar o Sítio, ou se ela não iria aparecer no Arraial durante as festividades de abertura da biblioteca.
Pajeú quer voltar com Marechal Rondon para a tribo, já que ele não cumpriu sua promessa de fazer Boiuna voltar a dormir.
Emília tem um plano, e pede para que ela e o Visconde vão também para a tribo.
E agora? Qual é o plano da Emília? Eles vão conseguir fazer Boiuna voltar a dormir?Não percam amanhã o capítulo final dessa divertida adaptação do livro “O Saci”.
Capítulo 8
O Saci e Pedrinho encontram a turma na Mata
Emília sentou-se sobre Narizinho no meio do mato para pensar em uma maneira de desencantá-la. Pajeú está observando e vigiando o local onde eles estão. Tio Barnabé está muito cansado. A bonequinha usa o Faz de Conta para levar o velho de volta ao Sítio.
Dona Benta já havia notado o sumiço da Emília, o que deixou a pobre senhora mais aflita. Teodorico acalma sua comadre dizendo que daqui a pouco todos voltariam sãos e salvos. Mas quando Tio Barnabé apareceu na frente da casa, Dona Benta ficou mais preocupada do que aliviada.
Pedrinho e Saci deixam a Cuca amarrada e saem para cumprir a perigosa missão. Mas param. Era preciso pensar! Nem mesmo o Saci se atreveria a mexer com a assombração mais poderosa da mata.
Pedrinho só conhecia uma maneira de conseguir realizar essa tarefa: pedir a ajuda da Emília. No redemoinho eles vão até o Sítio. Lá Pedrinho escuta que Emília está na mata, junto com um índio – Pajeú –, e Marechal Rondon procurando-o.
Depois de ouvir isso, o Saci leva Pedrinho novamente à Mata dos Taquaruçus. Quando Pedrinho aparece, Marechal Rondon tem um susto terrível ao ver que Sacis existem de verdade. Pajeú já conhecia o Saci. O menino conta que é preciso pegar uma escama da Boiuna para poder desencantar Narizinho e Lobato. Emília fica mais pensativa do que nunca.
E agora? A historinha está chegando ao fim. Não percam as emoções finais. Ainda hoje postaremos mais um capítulo, e amanhã, no Aniversário de Monteiro Lobato, a grande final dessa magnífica adaptação. Antes de sair, veja a matéria especial abaixo:
....................................................................................................................................................................
Especial: Você Sabia?
Os personagens que aparecem nessa história, além de Lobato, são:
Pajeú - índio criado especialmente para essa história, mas seu nome é de origem tupi e é o nome de uma árvore da floresta.
Marechal Rondon - nome completo "Cândido Mariano da Silva Rondon", personagem da história do Brasil. Um dos mais importantes sertanistas que já existiram. foi também militar. A história diz que Rondon foi quem encontrou a Sucuri maior do mundo já registrada até o momento (com 8 metros de comprimento).
Boiuna - é um ser do folclore indígena. Geralmente descrito como uma cobra de proporções gigantescas. Os índios acreditavam que a Sucuri era a Boiuna.
....................................................................................................................................................................
Capítulo 7
A Tarefa mais Terrível do Mundo
Emília quer ir atrás da bruxa que transformou Narizinho e Lobato em pedra. Para isso, chama o Rabicó para lhe guiar pela mata, já que o porquinho conhece tudo o que há por ali. Enganado, Rabicó aceita levar Emília até a mata.
A Boiuna se afasta da turma que estava na mata. Pajeú observa e vê que a Cobra Grande está longe dali.
Pedrinho e Saci vão até o esconderijo da Onça Pintada. A fera não está. Mas existe um filhote. Pedrinho resolve pegar um pelo do pequeno “felino”. Mas, escuta uns grunidos e vê que a mãe do felino estava bem em sua frente pronta para dar o bote. O Saci procurava uma maneira de agir rápido.
De repente, a Onça parece se distrair. Uma gritaria vinha em sua direção. Era uma manada de Sacis correndo com medo da Boiuna. Aquilo gerou um redemoinho tão grande, que Pedrinho caiu de um lado e a Onça Pintada do outro. Ambos, atordoados!
O Saci aproveita, pega um pelo da fera. Pega Pedrinho e ambos somem dali. No meio da mata, ele pega uma erva e faz o garoto acordar com o cheiro dela. Com o menino recomposto e de posse do pelo da Rainha dos Animais, vão até a gruta da Cuca.
Emília encontra Pajeú e sua equipe. Rondon quer descobrir uma maneira de capturar a Sucuri. Emília diz que vai ajudá-lo, mas primeiro precisa encontrar uma maneira de desencantar Narizinho. E quando ia pedi ao Rabicó para levá-la até onde mora a bruxa, viu que o porquinho já tinha dado no pé.
Quando o Saci aparece com o menino e o pelo na gruta, a jacaroa não acredita!! Como sobreviveram? Mas pensa em uma maneira de acabar de uma vez por todas com a raça daqueles pestinhas. Então, diz ao Saci que para a porção ficar pronta, é preciso uma escama da Boiuna!
E agora? Pegar um pelo da Onça Pintada é fácil, agora...escama da Boiuna? Será que nossos amigos conseguirão? Emília já demonstrou interesse em ajudar o Marechal Rondon a caçar a fera! Amanhã...mais 2 capítulos dessa grande história, e na segunda...Dia do Livro e Aniversário de Monteiro Lobato, o capítulo final.
Capítulo 6
A Rainha dos Animais da Floresta
Emília ainda não conseguiu pensar em nada que pudesse fazer para ajudar Narizinho e Lobato que haviam sido petrificados no caminho de volta para o Sítio. Isso fez com que a bonequinha ficasse pensativa o resto do dia todo.
Na mata, Pajeú encontra pegadas. O grupo segue. Marechal Rondon encontra algo, mas não é o Pedrinho. Eles encontram as pedras que supostamente são Narizinho e Lobato. Pajeú sente o cheiro da Boiuna e o grupo se esconde. A terrível Cobra Grande está por perto. Marechal Rondon fica pasmo ao ver o tamanho daquela Sucuri. A maior que já vira na vida. O grupo fica parado para não correr o risco de serem devorados pela Rainha Das Criaturas Folclóricas.
Na Gruta, a Cuca acordou e está muito furiosa. Ela não entendeu o que estava acontecendo. Mas logo viu que foi arte do Saci. Pragueja para fazer o duende de uma perna só libertá-la. Mas ele diz que só vai libertá-la caso ela desfaça o feitiço que empedrou a menina do nariz arrebitado e o escritor da capital. Só agora a Cuca viu que Pedrinho estava com o Saci.
A Cuca ficou muito irada e planejou uma maneira de se vingar dos dois: ela os enganaria, depois pediria ajuda a outra criatura da floresta. Então finge, aceitar desencantar a menina e o escritor, mas para isso precisaria de alguns ingredientes.
Primeiro, a Cuca diz que vai precisar de um pelo da Rainha dos Animais. O Saci e o menino saem da gruta para buscar o ingrediente pedido, mas deixa a Cuca amarrada. A jacaroa fica alegre, pois tem certeza que a Onça-Pintada vai devorar o moleque e o Saci. A bruxa ainda aproveita para gritar por socorro. Pede a ajuda do Curupira. Mas ele não atende. Apenas sua voz é ouvida e diz que todos os seres místicos da mata estão indo para as matas vizinhas com medo da Boiuna.
Não percam ainda hoje...o capítulo 7
Capítulo 5
O Pingo D'Água
Pedrinho pergunta para o Saci quem é essa tal de Cuca. Ele diz que ela é uma terrível bruxa com cara de jacaré que habita uma Gruta que fica na Mata dos Taquaruçus, no Capoeirão dos Tucanos Vermelhos. É uma bruxa tão terrível que nem mesmo a Onça-Pintada tem coragem de enfrentá-la. Pior que ela só a terrível Boiuna.
A expedição organizada por Pajeú, Marechal Rondon e Tio Barnabé parte para mata à procura de Pedrinho. Enquanto isso, na Gruta da Mata dos Taquaruçus, a Cuca se preparava para dormir seu sono centenário. Estava muito feliz porque poderá dormir tranquila, uma vez que a menina do nariz arrebitado que tanto odiava.
Pedrinho pede para o Saci ajudá-lo a salvar sua prima e o Lobato. Ele não quer, pois a Cuca é uma bruxa terrível. Mas, ao ver seu amigo triste, decide tentar. Dessa forma, ele leva o menino em seu redemoinho até a gruta da bruxa. Chegando lá, entram pé ante pé para não chamar atenção. Mas o Saci, que já esperava não poder fazer nada, se surpreende com a sorte que tiveram: a bruxa estava dormindo, coisa que só faz a cada cem anos.
Pedrinho quer acabar com a raça da jacaroa na pancada. Mas o Saci que a conhece muito bem sabe que somente o pingo d’água poderá vencer a megera. Os dois foram até fora da gruta e pegaram cipós e salsas para poder amarrar a bruxa. Assim fizeram. Depois, o saci fez jorrar do teto um pingo d’água que ia dar direto na testa da bruxona.
Enquanto isso, Emília tem um plano para ajudar. Primeiro ela usa o faz de conta e congela o tempo no Arraial. Dessa forma, a inauguração da biblioteca não atrasará. Antes mesmo que Teodorico informe para Elias para adiar o evento, o tempo parou e o coronel não conseguiu completar a ligação. Agora só faltava pensar em algo para ajudar sua dona.
A Cuca acorda...gritando de dor e muito furiosa!!
Muitas surpresas aguardam vocês nessa história!Não percam, neste sábado, dois capítulos serão postados.
Capítulo 4
"A Cuca vai Pegar"
As aventuras de Pedrinho e seu novo amigo – o Saci – pelo Capoeirão dos Tucanos estavam apenas começando. Primeiro, eles foram ao bambual ver como nascem os Sacis. O menino teve o privilégio de ver um sacizinho no colmo da taquara, coisa que nenhum humano nunca tinha visto. Depois foram comer umas frutinhas gostosas que só dava em certo lugar da mata, habitada pela Onça-Pintada, a Rainha dos Animais. O Saci pega a fruta quanto Pedrinho se atrepava em uma árvore para se proteger. A onça percebeu a presença do diabinho de uma perna só e ainda tentou agarrá-lo, mas ele saiu correndo e sorrindo. Na árvore, saborearam como nunca aquela deliciosa fruta.
Enquanto isso, a Festa no Reino das Águas Claras continuava. Lobato foi eleito imortal da Academia de Letras das Águas Claras. Depois começou o baile, e o escritor teve o prazer de dançar com uma das damas mais formosas do reino – Miss Sardine.
Na Tribo, Barnabé e Rondon tentaram conversar com o cacique da tribo. O morubixaba aceita e os recebe. O chefe mostra-se muito preocupado. No passado, quando Boiuna foi despertada ela roubou o Sol. O medo dos índios era que isso voltasse a acontecer. Rondon tentou explicar para o chefe que a Sucuri que eles viram era uma cobra comum no Brasil e não um monstro folclórico. Mas acaba cedendo e faz um acordo com o chefe: em troca da liberdade dele e de seu amigo, eles fariam Boiuna adormecer novamente. O Cacique Anhambiquara aceita o acordo. Então, envia o índio Pajeú para levar eles de volta ao Capoeirão e vigiar para que eles cumpram o prometido.
Narizinho, Lobato, Visconde e Rabicó se despediram da corte e voltaram para a margem do ribeirão. E pegaram o caminho da mata para voltarem para o Sítio. Já estava anoitecendo e não tinham visto o tempo passar.
Barnabé, Pajeú e Marechal Rondon aparecem no Sítio, mas não sabem onde foi parar o escritor Lobato. Depois chegam o Visconde e o Rabicó, ambos assustados. Se acalmam e só depois relatam o que aconteceu na volta para casa: apareceu uma bruxa, com cara de jacaré, dizendo que há muito queria petrificar a menina do nariz arrebitado. “É a Cuca!”, disse Barnabé. Pajeú conta que todos de sua tribo evitam certa região da mata, para não topar com a jacaroa. Benta passa mal e Tia Nastácia lhe traz um copo com água. Visconde termina a história dizendo que a bruxa aparecera e transformara Narizinho e Lobato em pedra.
Quando Benta acordou perguntou por Pedrinho. Visconde diz que ele não foi petrificado, mas que também não sabe o paradeiro do menino. Então, Pajeú, Rondon e Barnabé se oferecem para encontrar o menino e diminuir o sofrimento da boa senhora. Teodorico resolve ficar no Sítio para acalmar sua comadre. Telefona para Elias pedindo que a festa de inauguração da biblioteca seja adiada até mais informações.
Na mata...a coruja fala o Saci o que aconteceu com a prima de Pedrinho e com o escritor.
Como Pedrinho vai salvar sua prima e o escritor? Poderão Pajeú, Barnabé e Rondon ajudar? E a festa no Arraial vai poder continuar? Não percam o capítulo de amanhã...
Capítulo 3
"Uga...Uga...Branco libertou Boiuna!"
Tio Barnabé e o Marechal Rondon não acreditavam no que estavam vendo. Mas o bote foi tão rápido que nem viram quando a canoa afundou. Acordaram na outra margem do ribeirão. Mas não acordaram espontaneamente, acordaram com um barulho. Ao abrir os olhos, perceberam a presença de várias lanças em sua direção. Eram índios que habitavam aquela região. Os índios diziam que branco despertou o espírito da terrível Cobra Grande – Boiuna – que estava adormecido há muito tempo. Como punição, os brancos são aprisionados em um tronco no centro da tribo.
Enquanto isso...o Príncipe Escamado ordenava uma festa de homenagem aos visitantes. Visconde e Pedrinho estavam maravilhados com o palácio do Príncipe. Perto dali, algo se mexia. Emília vai ver e percebe que foi o Marquês de Rabicó que os haviam seguido. Sempre esfomeado, logo se perde à procura de alguma comida. Monteiro Lobato estava encantado com a existência daquele lugar.
No Arraial, Teodorico se prepara para ir até o Sítio buscar os visitantes da cidade. Mal sabia que eles haviam sumido.
Emília e Narizinho vão até o ateliê de Dona Aranha. Ela quer pedir para a Costureira costurar algo especial para Lobato. Ela entende o recado e cria um magnífico traje da gala, estilo dos imortais da Academia Brasileira de Letras, só que branco e dourado.
A demora foi tanta que Pedrinho caiu no cochilo, e nesse momento...alguma coisa dentro da garrafa começou a ganhar forma. O menino se assusta e acorda. Uma voz o chamava de dentro da garrafa. Era o Saci! Ele havia conseguido capturar. Tão encantado ficou que saiu correndo do reino e nadou até a margem do rio. Somente o Visconde percebeu a sua retirada.
Na margem, o menino retira a rolha e liberta o Saci. O duende de uma perna só fica tão feliz, que o chama para mostrar os segredos da mata.
E agora? O que Pedrinho e o Saci vão encontrar na mata? O que serão de Barnabé e do Marechal Rondon nas mãos dos índios? E a festa no Reino das Águas Claras, será que ela aguarda surpresas? A Festa no Arraial vai ser adiada por causa do sumiço de Lobato? Respostas para essas e outras perguntas, no capítulo de amanhã.
Capítulo 2
A Peneira de Cruzeta e a Jornada
A Inauguração da Biblioteca será à noite, junto com as festividades alusivas ao Dia do Livro. Monteiro Lobato vai até a Venda do Elias comprar um refrigerante. Nesse momento, ele encontra o Marechal Rondon. Este diz que está na região, pois alguns fotógrafos tiraram foto de um vulto e acham que é a maior Sucuri de que já se teve história. Lobato diz que já ouviu falar em um lugar chamado Capoeirão dos Tucanos. Lá ele poderá pesquisar à vontade. Enquanto esperam a noite, os dois vão até o Sítio do Picapau Amarelo. Dona Benta os recebe e vai ajudar Nastácia a preparar uns quitutes para os visitantes.
Lobato fica encantado ao ver Emília e Visconde. Rondon quer explorar as matas do Capoeirão. Para isso pede a ajuda de Tio Barnabé. Enquanto isso, Pedrinho, assim como ensinado durante a pescaria, pega uma peneira de cruzeta e sai pelo terreiro procurando um pé de vento forte para capturar um Saci. Narizinho e Emília convidam Lobato para conhecer o Reino das Águas Claras. O escritor aceita, e partem para o ribeirão.
Na mata, Barnabé e Rondon percorrem o caminho que dá no ribeirão. O explorador quer ir até o outro lado do rio. O velho diz que sem uma canoa é impossível, pois o rio é muito fundo.
Pedrinho captura um pé de vento e prende na garrafa, conforme instruções de captura. Mas o menino não consegue enxergar Saci algum dentro da garrafa. Ele lembra que Tio Barnabé havia falado que Saci na garrafa é invisível, só visto quando se cai na modorra. O menino corre para o Sítio, mas ouve a voz de Narizinho no caminho e desvia o curso. Encontra sua prima, Emília e o escritor que iam até o ribeirão. Pedrinho lembra-se de quando sua prima falou-lhe do encantador Reino das Águas Claras. Coloca a garrafa no bolso e se junta à turminha.
Dona Benta volta para a varanda com uma cesta de bolinhos de Nastácia para servir aos visitantes. Mas eles haviam sumido. Eles e as crianças!
A nossa expedição chega ao Reino das Águas Claras e são recebidos pelo Príncipe Escamado e toda a sua corte. Lobato fica encantado com o ocorrido.
Barnabé consegue a canoa do Chico Moleza e com o explorador navegam o ribeirão. De repente, uma onda forte, como se algo muito grande se mexesse por baixo das águas. Tio Barnabé conta a história da Boiuna, mas o explorador não acredita nessas coisas. Diz que se fosse uma sucuri não poderia existir uma de tal tamanho. Foi quando, ao olhar para trás, eles não acreditavam no que estavam vendo...
Será que a terrível Boiuna apareceu? Será que Pedrinho realmente capturou um Saci?O que vai acontecer nessa visita de Lobato e das crianças ao Reino das Águas Claras? Essas e outras respostas no próximo capítulo.
Capítulo 1
O Marechal e o escritor
As férias de Pedrinho no Sítio do Picapau Amarelo estavam apenas começando. Naquele dia, ele foi fazer algo de que gostava profundamente: pescar com o Tio Barnabé. Ele não gostava apenas da pescaria, mas das histórias dos seres da mata que o velhinho contava. Acordou, tomou seu café e foi à casa da ponte, onde mora Tio Barnabé, ajudou-o a cuidar da horta, pegaram as varas, cavaram algumas iscas e rumaram para o Ribeirão.
Tia Nastácia ainda não estava acostumada com a Emília (ver “A Pílula Falante”). Vivia com medo da diabinha. Emília, achando divertida a situação, vez por outra, aparecia na cozinha e dava um baita susto na doce cozinheira. Nastácia abria um berreiro em direção à biblioteca. E a danadinha saia sorridente, ia até o terreiro e implicava com o Marquês de Rabicó, o porquinho de Narizinho.
Naquela manhã, Dona Benta estava lendo quando viu que algo se mexia na estante da biblioteca. Como não tinha medo de ratos foi ver o que era aquilo. Qual não fui sua surpresa ao ver um boneco de sabugo de milho lendo um exemplar de Dom Quixote. A velhinha tanto olhou que o sabuguinho foi até ela e começaram a conversar. Ele a disse que quem o fez foi Pedrinho, há uma semana. Mas que ao cansar-se do boneco o jogou entre os livros da biblioteca. Ao que parece, os ares da leitura o despertou e deu vida. Desde então, passava seu tempo lendo naquele local.
Tio Barnabé contou a história da Cobra Grande que habitava o fundo do Ribeirão, que para os brancos recebia o nome de Sucuri, mas que para os índios tinha o nome de Boiuna, a terrível Cobra Mística. Disse ainda, que todas as criaturas da mata tinham medo da Boiuna, até mesmo o Saci, o mais travesso dos duendes da floresta. Foi então, que Pedrinho ficou interessado em Saci e perguntou como se pegava um.
No Sítio, ele chega com Saci na cabeça depois da pescaria. Mas, logo viu uma movimentação estranha e foi ver do que se tratava: todos estavam vendo o fenômeno de sabugo e cartola falando suas sabedorias.
No dia seguinte...no Arraial dos tucanos, é dia do livro e o Coronel Teodorico está organizando uma festa de inauguração de uma biblioteca municipal. O Local homenageará o benfeitor e famoso escritor Monteiro Lobato, que virá a cidade para a ocasião de inauguração.
Dois homens misteriosos aparecem no Arraial: um é Monteiro Lobato, o outro é o militar Cândido Rondon.
Continua...
....................................................................................................................................................................
[Baseado na história "Narizinho Arrebitado" contida no livro "Reinações de Narizinho"]
Capítulo 1
O Estanho Caso do Sentinela Dorminhoco
Em um reino mágico localizado no fundo do Ribeirão do Caraminguá...O seu príncipe herdeiro chegava, com sua carruagem aos portões de seu palácio. Para a surpresa do príncipe, o sentinela, um sapo de nome Major Agarra e Não Larga Mais, dormia em serviço. O príncipe Escamado, tão contrariado ficou que gritou para acordar o dorminhoco dizendo que iria demiti-lo do posto. Depois disso, retorna para a carruagem e entra em seu Reino das Águas Claras.
Chegando ao palácio, o príncipe refletiu sobre o ocorrido e começou a pensar se havia no mundo algum reino perfeito...
Longe dali, no Sítio do Picapau Amarelo. Lúcia, a quem todos chamam Narizinho, está correndo pela mata, com sua inseparável boneca de pano, Emília. Chegando ao Ribeirão, as duas começam a brincar de realeza. A menina era uma princesa e sua bonequinha de pano, uma condessa, a Condessa de Três Estrelinhas.
No Arraial dos Tucanos, uma vila um pouco longe do Sítio onde mora a menina Lúcia, uma mulher fazia compras. Era a Tia Nastácia que comprava e reclamava das mercadorias da venda do Elias Turco. Ao sair da venda, recebe uma carta que era para sua patroa Dona Benta. Encontra ainda o Coronel Teodorico, que aproveita e pega uma carona em sua charrete para ir até o Sítio do Picapau Amarelo.
No Reino das Águas Claras, duas pessoas esperavam para falar com príncipe, mas o príncipe estava sendo atendido pelo seu médico do reino – o célebre Doutor Caramujo. Que vendo as preocupações do nobre, receitou ares do campo. Os dois que queriam falar com príncipe esperaram a saída do médico e logo após foram atendidos. O primeiro foi o Major Agarra que veio pedir perdão ao príncipe. E tanto implorou que foi perdoado, com a condição de não repetir o ocorrido. Quem não gostou nada disso foi o capitão da guarda, que há muito queria o posto do Major – um tal Capitão Sardinha.
O outro que queria falar com o príncipe era o seu amigo, Mestre Cascudo, professor da Universidade das Águas Claras. Este o príncipe recebeu com mais estima que o outro, pois eram amigos de longa data. Então, o príncipe aproveitou a visita e convidou o amigo para um passeio pela terra firme, a fim de respirar ares do campo.
Narizinho chegou ao Ribeirão e começou a jogar farelo de pão para os peixinhos. Acabou cochilando e quando acordou...
Em seu passeio, o príncipe acaba encontrando uma toca esquisita que nunca havia visto. Que será que tem ali?
Narizinho acorda com uma coceirinha no nariz. Ao abrir os olhos, a menina percebe que um peixinho e um besouro estavam a cutucar seu nariz pensando sem a toca de algum bicho. A menina quis ficar e saber até onde ia a estripulia dos dois bichinhos. Mas logo veio uma vontade gostosa de espirrar. E Atchum!!!! Os dois caíram. Mestre Cascudo saiu voando assustado, mas o príncipe ficou. Então, a menina se apresenta ao Príncipe Escamado. O nobre convida-a para visitar o seu palácio. A menina ficou tão radiante que quase esquecia sua bonequinha de pano.
Capítulo 2
Narizinho conhece o Príncipe Escamado
Enquanto isso, no Reino das Águas Claras, o Capitão Sardinha invade o consultório do Dr. Caramujo e rouba uma pílula do sono.
No Sítio de Dona Benta, Nastácia e o Coronel chegam. Dá-lhe, a boa empregada, a carta e Dona Benta lê. Nela havia a notícia de que seu neto Pedrinho estava à caminho do Sítio para passar as férias, como de costume. Depois, senta-se na varanda e começa a por o papo em dia com seu compadre Teodorico.
No Reino...mais uma vez, o Príncipe encontra o Major Agarra dormindo nos portões do castelo. Dessa vez fica mais furioso do que nunca. Mas Narizinho o acalma, pega o vestido de Emília e veste no sapão dorminhoco. Depois, o príncipe chuta-lhe o traseiro e o Major acorda assustado, e sem entender de onde viera tanto sono.
O Sapo perde perdão mais uma vez, mas o príncipe quer demiti-lo do posto. Perto dali, o Capitão Sardinha assiste radiante de alegria ao acontecido. Mas Narizinho interrompe o príncipe e pede mais uma chance para o Major. Pede que dê-lhe outro castigo. Então, o célebre monarca acata o pedido e ordena que como castigo o Major deveria engolir 100 pedrinhas redondas ao invés das 100 moscas que recebe como pagamento pelos seus serviços. O major não gostou muito da ideia, mas era melhor do que ser demitido.
Mesmo assim, Narizinho achou o castigo pesado e interrogou o príncipe. Ele acalmou a menina dizendo que o castigo era só uma brincadeira, um susto, pois em Águas Claras não existem tais pedrinhas redondas.
No Sítio...Dona Benta visita a casinha que fica além da ponte. É a casinha do Tio Barnabé, um velhinho que ajuda Dona Benta em alguns afazeres do Sítio. Ela vê a fragilidade do seu amigo e pensa em contratar alguém para ajudá-lo.
Capítulo 3
Ora, pílulas! O Detetive Fura-Bolos aparece no Reino das Águas Claras
Narizinho é levada pelo Príncipe Escamado para conhecer todo o seu reino. Na visita à cozinha real, o príncipe ordena que Mestre Camarão prepare um jantar especial em homenagem à convidada.
De volta à sala do trono, o príncipe conversa com Narizinho e conta-lhe de um reino chamado Águas Turvas, governado por um Bernardo, primo seu em primeiro grau, e que vive mandando espiões para Águas Claras a fim de prejudicar o seu reino. O príncipe diz que desconfia que há algum espião infiltrado, pois é muito estranho que o Major ande sonolento, coisa que nunca fez em anos de trabalho para o príncipe.
Tio Barnabé diz para Dona Benta que não precisa de ninguém para ajudá-lo. O orgulho do velho não deixa que o ajudem. Ele diz que vai buscar Pedrinho na estação no dia combinado. Quando Dona Benta procura Narizinho para dar a notícia que seu primo estava chegando, não a encontra.
Coronel Teodorico, que estava com Dona Benta na visita ao Tio Barnabé, se oferece para procurar a menina. Tio Barnabé diz que vai também procurar a menina.
Enquanto isso, no Reino das Águas Claras, o Major Agarra estava preocupado, pois as únicas pedras que havia encontrado para cumprir sua pena, eram duras e de gosto muito ruim. Aparece o Capitão Sardinha e vende-lhe umas pedras redondas e muito doces. O Major agradece-lhe.
Narizinho conhece o Dr. Caramujo. Ela pede para o doutor curar sua boneca Emília da Mudez de Nascença. O médico diz que isso é muito fácil, mas ao pegar sua maletinha, dá por falta de suas pílulas. O príncipe coloca todo o reino em alerta, pois alguém furtou as pílulas do Doutor Caramujo.
Aparece o Pequeno Polegar disfarçado de Bobo da Corte para conseguir emprego no Reino do Príncipe. Mas este diz, que está precisando no momento de um detetive. O Polegar tem uma ideia, disfarça-se de detetive e volta ao palácio como o Detetive Fura-Bolos.
Capítulo 4
A Megera Indomada: Dona Carochinha procura o Polegar Fujão.
O Detetive Fura-Bolos começa suas investigações. Enquanto isso, o Príncipe volta à sala do trono, com Narizinho para atender seus súditos. De repente, o detetive volta como se fugisse de alguma coisa. Aparece uma baratinha cascuda. Narizinho quis saber quem era. O príncipe diz-lhe ser Dona Carochinha, das histórias infantis. A rabugenta está à procura do Pequeno Polegar, que fugiu mais uma vez de sua história. Mas não gostou nada de Narizinho. A menina, percebendo que o detetive era na verdade o personagem escondendo-se, ajuda-o a não ser reconhecido pela megera.
Narizinho também não gostou da cascuda e as duas começam a brigar. Nesse momento, Emília ganha vida e parte para cima de Dona Carochinha para ajudar sua dona.
Enquanto isso...na mata, Teodorico estava confiando em Tio Barnabé para não se perder na mata, mas acabaram se perdendo.
Emília arranca os óculos da baratona e sai pelo reino com ele. A cascuda vai atrás dela, muito nervosa e mal humorada.
Um chamado urgente para o Doutor Caramujo: o Major Agarra passa mal e pede para ser operado com urgência. Mas, sem suas pílulas, o Doutor não sabe medicar e não sabe o que vai fazer.
Capítulo 5
"O Sumiço da Emília"
Dona Carochinha persegue Emília por todo o Reino das Águas Claras. O que ninguém imaginava é que o Capitão Sardinha estava do lado da megera. Ele oferece a sala do tesouro para a bonequinha se esconder. Mas, deixa a Barata Cascuda entrar e acertá-la na cabeça. Emília cai no chão.
Narizinho se desespera com o sumiço de sua boneca. O príncipe ordena que os guardas do palácio a encontrem. Um dos guardas encontra a bonequinha desmaiada na sala dos tesouros e a leva até o príncipe. Enquanto isso, o detetive Fura-Bolos analisa a cena do crime.
Doutor Caramujo é chamado para despertar a boneca. E o faz com um beliscão. Mas como Emília não fala, fica difícil saber quem fez isso com ela. O doutor propõe uma operação na qual se retiraria a fala de um papagaio e a colocaria na boneca. Mas Narizinho não deixa que se cometa esse crime. Por falar em operação, o Doutor tem a ideia de operar o Major, que já não agüentava mais de dores.
Qual não foi sua surpresa ao ver que o sapo tinha no estômago as suas pílulas desaparecidas.
O Detetive Fura-Bolos retorna dizendo que já sabe quem é o espião infiltrado em Águas Claras, o mesmo que ajudou no golpe contra a bonequinha!
Capítulo 6
Capitão Sardinha é o Espião
Capítulo 7
A Dama das Águas Claras
No Reino das Águas Claras já era outro dia...enquanto no Mundo Real, a hora continuava a mesma, e Teodorico e Barnabé ainda perdidos na mata. O Velhinho tem a ideia de enganar o Caipora oferecendo-lhe fumo. Como manda o folclore, ao ser atacado pelo Caipora e perder-se na mata, deve-se oferecer-lhe fumo, e uma vez com os sentidos de direção recuperados, deve-se dobrar partes da roupa. Assim fizeram. Até o Coronel, meio receoso. Mas, acabou dando certo: logo recuperaram o caminho para voltar para a casinha da ponte.
Narizinho e Emília visita a costureira real – Dona Aranha. Ela é a costureira de todas as fadas e princesas do Reino Encantado. Lá encontram uma dama muito importante do Reino – Miss Sardine. Emília logo arruma uma briga verbal com a sardinha. A briga fica feia, nem Narizinho controla a matraca da bonequinha. Até que misteriosamente, Emília fica muda!
Narizinho a leva ao consultório do Doutor Caramujo. O médico acalma a menina e diz que o fenômeno é normal, já que a boneca falara praticamente sem parar desde que se curara da Mudez de Nascença. E que voltaria logo a falar novamente.
Teodorico e Barnabé voltam para o Sítio, e no caminho encontra seu empregado, Zé Moleza, o qual Dona Benta havia incumbido de procurar os senhores perdidos.
O vestido de Narizinho fica pronto. A menina fica encantada com a magnífica criação de Dona Aranha e suas aranhinhas. Emília volta a falar. Enquanto isso, Miss Sardine promete vingar-se da bonequinha.
Quando Narizinho se olha no espalho com o novo vestido, o espelho se quebra. D.Aranha fica radiante, mas ninguém entende. Ela diz que isso é o sinal do desencantamento. Pois ela não foi aranha toda a vida. Foi assim transformada por uma bruxa, mas que por sua sorte na mesma hora apareceu uma fada e disse que no dia que ela fizesse o vestido mais maravilhoso do mundo o feitiço seria quebrado. Então, nesse dia ela poderia escolher ser qualquer coisa. Só havia um problema: ela passou tanto tempo sendo aranha que já não sabia mais ser outra coisa. sua profissão, suas filhas...E decidiu ficar aranha mesmo.
Aparece um peixinho dizendo o que estava se passando no Sítio. Narizinho fica aflita.
Capítulo 8
O Vestido
O vestido de Narizinho fica pronto. A menina fica encantada com a magnífica criação de Dona Aranha e suas aranhinhas. Emília volta a falar. Enquanto isso, Miss Sardine promete vingar-se da bonequinha.
Quando Narizinho se olha no espalho com o novo vestido, o espelho se quebra. D.Aranha fica radiante, mas ninguém entende. Ela diz que isso é o sinal do desencantamento. Pois ela não foi aranha toda a vida. Foi assim transformada por uma bruxa, mas que por sua sorte na mesma hora apareceu uma fada e disse que no dia que ela fizesse o vestido mais maravilhoso do mundo o feitiço seria quebrado. Então, nesse dia ela poderia escolher ser qualquer coisa. Só havia um problema: ela passou tanto tempo sendo aranha que já não sabia mais ser outra coisa. sua profissão, suas filhas...E decidiu ficar aranha mesmo.
Aparece um peixinho dizendo o que estava se passando no Sítio. Narizinho fica aflita.
Capítulo 9
A Boneca Falante
Sabendo que sua avó está aflita com o seu sumiço, Narizinho decide voltar para casa. Se despede de seus amigos e promete voltar em outra oportunidade.
Chega ao Sítio contando as novidades. Primeiro vai até a cozinha. Quando Nastácia vê a bonequinha falando sai gritando pela casa. Dona Benta vai ver que algazarra era essa. E ao ver a bonequinha falando também toma um susto e quase desmaia. Elas não entendem como é possível uma boneca de pano falar e caminhar feito gente.
Dona Benta telefona para seu compadre Teodorico falando o ocorrido, dizendo que Nastácia se trancou na cozinha, com medo da boneca. Seu compadre não diz, mas pensa que sua comadre está caducando e já não sabe o que diz. Na Venda do Elias, ele comenta o fato e logo todo o Arraial dos Tucanos já sabia que no Sítio de Dona Benta havia uma boneca falante.
Toda a população do Arraial dos Tucanos vai até o Sítio para ver o fenômeno, até o padre da cidade vai nessa caravana. Chegando lá e confirmando ser verdade, o padre pensa ser feitiçaria.
Enquanto isso, Antonica chega ao sítio trazendo seu filho Pedrinho para passar as férias com a avó, e vê todo o tumulto nas porteiras do sítio da pobre senhora.
Capítulo 10 (Final)
O Primeiro Faz de Contas
Logo a euforia acaba e todos retornam para o Arraial dos Tucanos. Narizinho sai para brincar com seu primo. Pedrinho não acredita que Emília está falando. Mas logo percebe que não estava sonhando. Tudo aquilo era verdade mesmo. Já sua mãe não entende como uma maluquice dessas pode estar acontecendo.
Tia Nastácia vai até o Arraial para fazer compras na venda do Elias. Mas o que ela escuta por lá não é coisa boa. E volta aflita para o Sítio, sem levar as compras. Chega lá dizendo que o povo vai invadir o Sítio para queimar a boneca de pano que virou gente, pois isso é coisa do "capiloto".
Quando Pedrinho e Narizinho chegam e ficam sabendo da novidade, tentam descobrir um jeito de impedir o povo do Arraial de cometer esse crime contra uma boneca inocente.
O povo começa a chegar e se amontoar na porteira do Sítio. Antônica tenta convencer sua mãe a fugir pelos fundos e viajar para a cidade, e lá se refugiarem em sua casa. Mas Dona Benta não quer ter de deixar seu sítio.
Calma! Emília tem a solução: usa pela primeira vez um certo "Faz de Contas", e faz de conta que o povo do Arraial não acredita nessa bobeira de boneca falante ser arte do "capiloto". E faz de conta que todos acham até engraçado existir uma boneca no mundo que virou gente.
Tudo volta ao normal e a vida volta à paz no Sítio do Picapau Amarelo.
Fim